Descubra por que estudar Engenharia Elétrica na USP em São Carlos

Descubra por que estudar Engenharia Elétrica na USP em São Carlos

Empreendimentos, automobilismo e distribuição de energia à sociedade. Conheça histórias de quem encontrou na EESC o melhor caminho para o futuro

Bruno sempre assistia às corridas de Fórmula 1 com o pai aos domingos

Desde criança ele preferia deixar o futebol com os amigos em segundo plano para brincar de outra coisa: soldar equipamentos. Bruno Moreira, aluno do curso de Engenharia Elétrica-Ênfase em Sistemas de Energia e Automação da USP em São Carlos viu sua paixão pela área nascer dentro da família. Neto de técnico em eletrônica, o jovem vivia desmontando aparelhos e soldando capacitores na oficina de seu avô: “Eu mais bagunçava do que ajudava, mas era bem divertido”, relata o estudante nascido em Uberaba (MG) e que carrega até hoje a experiência obtida na infância.

“Entrei na faculdade com algumas noções básicas de eletrônica, fazendo pequenos circuitos, lendo componentes e sabendo o nome das peças, foi algo que me ajudou muito. No primeiro semestre, quando precisávamos elaborar um projeto, tinha dificuldades com as equações matemáticas, mas sabia como fazer um aparelho funcionar”, conta o jovem que está no quarto ano do curso oferecido pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

“Para mim a engenharia elétrica é uma mágica, pois com apenas alguns materiais específicos conseguimos construir algo que há 200 anos pareceria bruxaria. Você já parou para pensar que com o celular, um pedaço de metal que está no seu bolso, é possível acessar quase toda informação produzida pela humanidade?”, indaga o estudante.

Paixão do estudante pela Engenharia Elétrica nasceu dentro da família

Já na graduação, Bruno resolveu se aproximar de outra paixão: os carros. Ele sempre assistia com o pai às corridas de Fórmula 1 exibidas aos domingos na televisão e frequentava salões de automóveis. Quando chegou à EESC, descobriu o Tupã, grupo extracurricular que desenvolve carros elétricos de alto desempenho para disputa de competições. Confira aqui todos os grupos extracurriculares da EESC.

Além de aplicarem os conhecimentos adquiridos na Universidade como, por exemplo, conteúdos sobre motores elétricos, os jovens que participam do Tupã se relacionam com outros temas: “No grupo eu também tenho contato com assuntos da mecânica e hoje eu já sei como é um amortecedor, uma carcaça de redutor, uma bucha, uma manga, isso amplia muito nosso horizonte”, afirma Bruno que já foi diretor geral do Tupã. Além do cargo máximo da equipe, existem ainda dois diretores elétricos e outros dois mecânicos.

“A engenharia elétrica, assim como a mecânica e a civil, é muito tradicional, o que permite uma formação bem sólida no campo de exatas. Em função disso, nós vemos diversos estudantes saírem do curso com amplas possibilidades de atuação no mercado, às vezes, até mesmo em áreas que não são específicas da engenharia como, por exemplo, em um banco ou trabalhando com análise de risco”, explica Rogério Flauzino, coordenador dos cursos de Engenharia Elétrica da USP em São Carlos e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

Jovem já passou diversas noites trabalhando na montagem do veículo 

Administrar um grupo extracurricular como o Tupã exige muita responsabilidade e comprometimento: “Nossa carga horária é grande e temos que aproveitar o máximo de tempo disponível. Trabalhamos até de madrugada e, quando sobra tempo livre entre as aulas, passamos na sede do grupo para arrumar um freio, tornear uma peça”, conta o estudante que faria tudo novamente: “Acompanhar o carro sendo montado a cada dia me motiva muito. No começo era só o chassi, depois chegou a suspensão, as rodas e o motor. Ver as pessoas felizes com o resultado é algo muito gratificante”, revela.

Mas não é só de mão na massa que vivem os integrantes da equipe. Bruno conta que evoluiu muito no aspecto de relacionamento humano, atuando na solução de problemas, negociando com empresas patrocinadoras e melhorando seu jogo de cintura para lidar com as mais diversas situações, atributos que considera muito importantes sob o ponto de vista de mercado. “Entre em um grupo extracurricular, pois aqui você não vai crescer apenas como técnico e engenheiro, mas também como pessoa”, afirma o estudante.

Para participar de grupos como o Tupã, é fundamental que o ensino na Universidade sirva de alicerce para a atuação dos jovens: “Nós temos professores referências no Brasil e no mundo, pessoas muito inteligentes, excelentes técnicos de laboratório, além de toda a infraestrutura”, elogia o aluno. Em São Carlos, são oferecidos dois cursos de Engenharia Elétrica: um com ênfase em eletrônica e outro em sistemas de energia e automação.

Aluno é orgulho para o pai que sempre sonhou estudar Engenharia Elétrica

“O número de professores do curso é bastante expressivo e eles possuem uma formação bem diversificada. Além disso, a pós-graduação em Engenharia Elétrica possui nota máxima na avaliação da CAPES e os docentes que ministram aulas aos mestrandos e doutorandos são os mesmos da graduação”, explica Rogério. “No curso o aluno terá contato com áreas específicas como sistemas de controle, sistemas elétricos de potência, engenharia biomédica, processamento de imagens, sistemas inteligentes e sistemas digitais”, complementa o professor.

Já na parte final da graduação, o caminho escolhido por Bruno parece que não ficará marcado apenas em sua lembrança: “Meu pai nunca teve a oportunidade de fazer uma faculdade para cuidar da família e ele sempre sonhou em estudar Engenharia Elétrica. Hoje, sabendo que ele acompanha minha atuação no curso e me vê trabalhando numa área que ele também sempre quis me motiva todo dia a seguir em frente”.

Iluminando a vida das pessoas – Ele é gerente em uma das principais empresas de distribuição de energia elétrica do Estado de São Paulo, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Nascido em Campinas (SP), cidade sede da instituição, Alex Almeida Pignatti sonhava em chegar aonde está: “A CPFL sempre foi um objetivo profissional, talvez o maior de todos”, diz o ex-aluno do curso de Engenharia Elétrica – Ênfase em Sistemas de Energia e Automação.

Alex está há 11 anos na CPFL

Hoje, há onze anos na empresa, o egresso é o responsável pelo setor de Engenharia de Normas e Padrões. “Minha área concentra a maior inteligência das engenharias, é o local onde os equipamentos são estudados, descobrimos como operá-los da melhor forma e entramos nos detalhes de como funciona o sistema elétrico”, explica o engenheiro que se graduou em 2007 na USP e fez parte da primeira turma a concluir o curso.

Influenciado pelo pai engenheiro civil a entrar no universo das engenharias, escolheu a elétrica por se tratar de uma área que lhe despertava muita curiosidade. “Ela é obscura, no bom sentido, pois se trata de algo que você não consegue enxergar”, afirma. Durante a graduação, além de sua preparação técnica, alguns pontos também foram fundamentais para sua formação como pessoa.

“Lembro-me muito das aulas do professor Carlos Goldenberg, em que ele colocava o engenheiro como agente ético e a engenharia como responsabilidade social. Dizia que poderíamos trabalhar em uma fábrica de cigarros, numa indústria armamentista e que nossa escolha poderia ter relação com nossa própria ética.  Por isso, tenho orgulho da opção que fiz de trabalhar em um lugar que faz o bem”, revela.

Ex-aluno de Engenharia Elétrica é gerente do setor de normas e padrões da empresa 

A história de Alex na CPFL começou ainda na faculdade. Ele foi o primeiro aluno de Engenharia Elétrica da EESC a estagiar na empresa: “Me esforcei muito para mostrar a imagem do aluno de São Carlos, o perfil interessante e competitivo que possuem os estudantes da Universidade. Hoje, é natural termos estagiários da USP aqui”, conta o engenheiro que não se arrepende em ter se graduado na capital da tecnologia: “Não tenho dúvidas de que estudaria lá novamente. A qualidade de vida, as amizades e o ambiente acadêmico fazem com que nos sintamos em casa e resgatemos alguns conceitos de cidadania”.

“Uma das novas diretrizes da Engenharia Elétrica da EESC é que os alunos possam desenvolver projetos durante a graduação. Com a integração de duas ou mais disciplinas, o aprendizado é baseado na resolução de problemas apresentados ao estudante durante a aula, fazendo com que o jovem seja o agente ativo de seu próprio conhecimento e desenvolva habilidades necessárias para propor uma solução”, explica Rogério. Atualmente, uma das disciplinas que aplica o método de ensino se chama Projeto Integrador em eletrônica de potência e máquinas elétricas.

“A qualidade de vida, as amizades e o ambiente acadêmico de São Carlos fazem com que nos sintamos em casa”, diz Alex

De estagiário no setor do planejamento do sistema elétrico, Alex passou por áreas da CPFL que lidam com qualidade de energia, manutenção e operação. Tudo isso antes de chegar ao atual cargo em que diariamente lida com as competências de um gerente, entre elas, a gestão de pessoas: “É um desafio muito grande. No meu setor temos engenheiros muito experientes que já possuem opiniões formadas sobre engenharia, tecnologia e até sobre a vida. Posso dizer que aprendo muito com eles, mas meu grande dever é convencê-los a trabalhar dentro de uma linha estratégica da empresa”, conta o egresso.

Satisfeito com o caminho percorrido até agora, Alex orgulha-se em fazer parte da rotina de milhares de pessoas: “É algo muito nobre você acordar pela manhã para trabalhar em um lugar que faz a diferença na qualidade de vida de tanta gente”.

Empreendendo com a Engenharia Elétrica – Foi na casa onde foi criado, no centro de São Carlos, que começou a história de empreendedorismo de Adilson Martins de Oliveira, mais conhecido como Jabu.  O engenheiro elétrico formado em 1977 pela EESC no curso com ênfase em eletrônica lembra até hoje do primeiro local de instalação de sua empresa: “Meu pai havia falecido e minha mãe não queria mais ficar onde morávamos. Foi então que resolvi assumir o espaço e abrir a Jabu na casa dos meus pais”, conta o empresário que emprestou seu apelido ao nome da empresa.

Adilson se formou em 1977 na EESC

Hoje, 32 anos depois, a loja de materiais e instalações elétricas é uma das maiores referências do ramo na região e, além da capital da tecnologia, possui sedes em Araraquara (SP) e Bauru (SP). “Quando nós começamos a empresa meu filho era pequeno, e hoje ele é o diretor da Jabu. Tem toda uma história de amor que a gente vai criando e com o tempo muitas pessoas passam a confiar em você”, revela o engenheiro.

No começo não foi fácil. Com a empresa ainda crescendo, Adilson saía de casa logo cedo, por volta das seis de manhã, e voltava só tarde da noite. No entanto, ele nunca pensou em desistir e após anos de esforço, o trabalho foi recompensado com a estrutura de hoje: “Acabamos investindo também em hidráulica, iluminação e presentes para aumentar nosso faturamento”, conta o empresário. A Jabu também realiza projetos e automação em empresas e residências.

Mas a trajetória profissional de Adilson já havia começado antes de se tornar empresário e, logo após se formar na USP, foi contratado pela Villares, empresa extinta de Araraquara que produzia bens de capital, como locomotivas. Na companhia o engenheiro atuou por oito anos na área de manutenção, em que era o responsável pela parte técnica e administrativa do setor. Mas nem o cargo de gerente impediu Adilson de realizar o sonho de ter o próprio negócio e largou o emprego para investir em seu empreendimento.

Loja oferece materiais, instalações e projetos elétricos

Mesmo com dificuldades financeiras na época e três filhos para criar, a persistência e a dedicação foram a receita de sucesso para, em 1986, a JABU ser oficialmente inaugurada. “É uma realização ter meu próprio negócio numa área que me formei e ainda ter dois filhos engenheiros elétricos”, conta Adilson que também fez curso de administração de empresas enquanto estava em seu antigo trabalho. Hoje, o ex-aluno da EESC conta com milhares de clientes espalhados por diversas cidades do interior de São Paulo e até em outros Estados.

“O que mais me motiva a prosseguir no negócio é a alegria de ver a empresa que você criou sustentando cerca de 180 famílias. Isso faz com que, de certa forma, eu não seja mais o único proprietário, mas as pessoas que estão comigo também”, revela JABU que recebeu o apelido ainda na infância durante uma brincadeira entre amigos em um parquinho de São Carlos.

Adilson ingressou na graduação em 1973 e os anos vividos na USP foram fundamentais para fazer sua empresa decolar. “Escola boa é aquela que te informa e a USP é assim. Tudo que eu precisei a Universidade me ofereceu e se as pessoas não sabiam informar algo, me indicavam onde encontrar a solução. Ter me formado na EESC fez muita diferença”, diz o egresso.

Jabu possui sedes em São Carlos, Araraquara e Bauru

No caminho do empreendedorismo há mais de 30 anos, Adilson se orgulha de nunca ter atrasado salários e aproveitou para dar conselhos e fazer um alerta aos jovens que pensam em investir no próprio negócio: “É preciso se atualizar, inovar e reinvestir o dinheiro na empresa, senão você fica para trás. O mercado é traiçoeiro e deve-se tomar cuidado, pois são muitas obrigações com clientes, fornecedores e governo”, explica o empresário.

Apesar da cautela necessária, Adilson comemora a história que construiu e não se arrepende da carreira seguida: “Produzir, construir e colocar algo para funcionar é o que mais me encanta. Nós damos vida a um lugar e isso é muito gratificante”, revela. O resultado de tanto trabalho pode ser visto na confiança depositada pelos clientes: “Nós temos a aprovação deles. Quando os clientes chegam aqui, sentem-se bem atendidos, encontram um lugar confortável, um bom material e a um preço justo. Essa é uma de nossas grandes alegrias”, finaliza.

 

Produção e texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL
Fotos de Bruno Moreira e Adilson Martins – Henrique Fontes

 

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Engenheiros de computação: o caminho trilhado por quem escolheu a USP em São Carlos

Engenheiros de computação: o caminho trilhado por quem escolheu a USP em São Carlos

Eles seguiram carreira na área médica, na robótica e no setor de telecomunicações. Conheça as histórias de três ex-alunos do curso de Engenharia de Computação, oferecido em conjunto pela EESC e pelo ICMC

José Augusto decidiu seguir pelo caminho do empreendedorismo na área médica

Era só mais um dia comum no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Barretos até uma senhora cadeirante entrar em um dos consultórios para realizar uma bateria de exames nos olhos. A dificuldade em se manter estática na alta cadeira do retinógrafo – aparelho utilizado para tirar fotos da retina – e posicionar seu queixo da maneira correta no equipamento fez com que ela desistisse de ser examinada. No mesmo instante, diante da cena constrangedora, um gesto do engenheiro de computação José Augusto Stuchi, ex-aluno da USP, em São Carlos possibilitou uma rápida solução ao problema. Ele propôs ao médico responsável utilizar o retinógrafo portátil criado por ele e outros dois amigos para realizar o exame na paciente.

“O médico conseguiu dar o diagnóstico na hora. Quando a senhora foi embora com o laudo, choramos de emoção e tivemos a certeza de que conseguimos ajudar, relata José Augusto” que realizava testes finais em seu aparelho que deve ser lançado nos próximos meses. O equipamento idealizado pelo engenheiro leva o nome de Smart Retinal Camera – SRC e realiza exames oculares de maneira prática, barata e com o uso de smartphones, facilitando o uso em pacientes que não conseguem se deslocar às clínicas ou em mutirões realizados em lugares distantes e que não possuem especialistas.

O projeto foi desenvolvido por três ex-alunos da USP, em São Carlos: o engenheiro eletricista Flavio Vieira, o físico Diego Lencione e José Augusto, que se graduou em Engenharia de Computação, curso oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). “O curso é focado em duas áreas muito dinâmicas e inovadoras, a engenharia elétrica e a computação. Hardware e software têm o mesmo peso e o fato de o curso ser oferecido em parceria por duas unidades da USP é um grande diferencial”, explica Maximiliam Luppe, coordenador do curso e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

Aparelho desenvolvido por ex-alunos da USP captura imagens da retina com o uso de smartphones. Imagem: Divulgação Phelcom

Nascido em Ibitinga (SP), José Augusto viu sua paixão pela área surgir cedo. Aos 12 anos entrou em um curso de programação e começou a desenvolver pequenos sistemas para vender, como o programa para controle de vendas de botijão de gás, no qual o software calcula a periodicidade média em que o cliente precisa de um novo produto, determinando a entrega imediata na casa da pessoa.  De perfil empreendedor, o ex-aluno conciliava as aulas da faculdade com seus trabalhos particulares: “Sempre que entrava em férias, arrumava um projetinho para fazer”, conta.

Graduado em 2009, o egresso conta como a experiência na USP fortaleceu sua formação: “É um curso que proporciona uma versatilidade muito grande no mercado e faz abrir a cabeça para a computação. Nós saímos prontos para resolver problemas e olhando o mundo de uma forma diferente”, afirma. “O mercado para o engenheiro de computação é muito promissor e a tendência é que surjam muitas oportunidades. No curso, nós focamos bastante em empreendedorismo, tanto que criamos o Espaço EngComp, local compartilhado entre os alunos para o desenvolvimento de projetos de inovação, e oferecemos laboratórios para instalação de empresas juniores e startups”, completa Maximillian.

A escolha pela área médica também já estava nos planos de José Augusto há muito tempo. Ainda na terceira série do ensino médio, o engenheiro escreveu uma carta junto com os amigos que dizia o que cada um gostaria de fazer no futuro. No desejo do então adolescente a mensagem foi direta: desenvolver componentes médicos. “Produzir equipamentos e novas soluções em medicina é algo muito gratificante. Eu pretendo deixar um legado e ajudar as pessoas, o desejo de transformar o País me motiva muito”, conta o empreendedor.

Smart Retinal Camera deve ser lançado oficialmente em agosto

O envolvimento no projeto do SRC levou os três idealizadores a fundar, em março de 2016, a startup Phelcom, empresa focada em criar produtos combinando soluções na área de óptica, eletrônica e computação. “Empreender é algo muito complexo, precisamos entender como o mercado funciona, existem as burocracias e acabamos renunciando algumas coisas, mas, ao mesmo tempo, tem bastante gente querendo ajudar”.

Atualmente, o Smart Retinal Camera – SRC passa pelos testes clínicos finais e aguarda algumas liberações da Agência Nacional De Vigilância Sanitária (ANVISA). Segundo os especialistas, o lançamento oficial do equipamento deve ocorrer em agosto.

Multitarefas – Ele é professor, palestrante, blogueiro, tem um canal no Youtube e trabalha em uma empresa de telecomunicações. Todas essas funções voltadas exclusivamente à Engenharia de Computação. “Minha paixão por computadores começou aos cinco anos. Antes de aprender a escrever eu já digitava”, revela André Curvello que se formou na EESC em 2012. Natural de São José do Rio Pardo (SP), sempre se encantou pelas máquinas e aprecia tudo o que envolve sua elaboração e funcionamento, desde a estrutura física até o programa que elas executam.

André Curvello trabalha atualmente em uma empresa do setor de telecomunicações. Imagem: André Curvello

“Eu também gosto muito de eletrônica e vi que no curso ela seria bastante abordada. Não queria focar apenas na computação, mas em descobrir o que acontece entre esses dois mundos”, conta o ex-aluno.  Aprovado na UNICAMP e na USP em São Carlos depois de prestar o vestibular, André não estava disposto a ir para uma cidade grande, por isso a escolha pela capital da tecnologia: “É uma das melhores universidades da América Latina localizada em uma cidade tranquila, excelente para o estudante”, afirma.

O período em que esteve na graduação foi marcante para o jovem que ainda se ambientava a uma nova rotina: “A formação que eu tive foi diferenciada, digo pelo ambiente, pelos professores e pela estrutura. Algo que me impressionou bastante foi o contato com as tecnologias nos laboratórios, as quais eu nem imaginava que existiam”, relata o engenheiro.

Assim que se formou, teve início sua aventura pelas multitarefas que realiza hoje e a primeira delas foi dar aula. Elogiado pelos colegas de turma por conta do jeito fácil de explicar os conteúdos, resolveu agarrar a oportunidade oferecida pela Universidade de Franca (Unifran), onde lecionou disciplinas da área de micro controladores, robótica, programação orientada a objetos, programação de dispositivos móveis e sistemas distribuídos.

Ministrar palestras sobre engenharia de computação é uma das paixões de André. Imagem: André Curvello

“Como eu comecei a dar aula assim que me graduei, foi fácil me colocar no lugar dos alunos. Eu sabia que em escola particular, às vezes, o estudante não tem tanto tempo para estudar, trabalha durante o dia e por isso eu preparava minhas aulas de forma bem didática, para que eles pudessem entender o conteúdo da maneira mais fácil possível”, conta André que conciliou o trabalho com seu mestrado em Sistemas Embarcados na USP e com um MBA em gestão estratégica de Tecnologia da Informação na UNIFRAN.

Sua maneira de ensinar fez com que não demorasse em cair nas graças dos jovens, tanto que nos três anos e meio que passou pela Universidade, sempre esteve entre os homenageados ao final do curso, seja como paraninfo, patrono ou nome de turma. Durante a experiência na Universidade, novas portas se abriram, dessa vez, para as palestras.

Por atuar no setor de ensino, o contato com a Secretaria Municipal de Educação de Franca era bem próximo e quando surgiu a oportunidade de falar sobre o que mais ama para outros públicos, não titubeou em aceitar. “Minha primeira palestra foi sobre robótica em uma escola pública para crianças da quinta e sexta série”. Hoje, o repertório do egresso aumentou e temas como arduino e internet das coisas já são abordados pelo jovem nos diversos locais em que se apresenta.

Internet das coisas, arduino e robótica são alguns dos temas abordados pelo ex-aluno da EESC em suas apresentações. Imagem: André Curvello

André começou a estabelecer contato com profissionais da área até que outra frente para disseminar conteúdo surgiu em sua vida: a internet. Além de ter o próprio site, o engenheiro grava vídeos em seu canal no Youtube e escreve sobre Engenharia de Computação para outras duas páginas na internet, o blog Embarcados.com e o portal Filipe Flop. “Aprender e ensinar computação é o que eu mais gosto de fazer. Acho fantástico descobrir algo novo e poder contribuir de alguma forma”, conta o ex-aluno que fica ansioso em divulgar as novidades ao público.

A vontade pelo novo não parou por aí. André resolveu se arriscar em mais um caminho na carreira e foi para o mercado empresarial, aceitando o convite da PadTec, empresa de telecomunicações sediada em Campinas (SP), onde ele atua no desenvolvimento de equipamentos que melhoram, amplificam e distribuem o sinal da rede de comunicação óptica. Um fator que facilitou a adaptação de André no novo emprego foi que na graduação ele teve disciplinas da área de telecomunicações: “Boa parte dos termos técnicos que utilizo no trabalho já havia visto na USP e meus companheiros de trabalho ficaram impressionados”, conta o engenheiro.

André atua no desenvolvimento de equipamentos para redes ópticas de comunicação. Imagem: André Curvello

Mas a paixão adquirida pelo ensino parece ter continuado ecoando na cabeça de André, pois, mesmo trabalhando em período integral, decidiu continuar ministrando aulas e foi contratado pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), em Campinas, para lecionar disciplinas na pós-graduação aos sábados: “Agora não quero mais deixar de ser professor”, relata. Ele, inclusive, está preparando materiais para oferecer conteúdo online e já investiu até mesmo em microfone, câmera e iluminação. “Eu vejo a engenharia de computação como a profissão do futuro”, finaliza o jovem que diz não conhecer ninguém mais apaixonado pela área do que ele.

Uma vida dedicada à robótica – “É muito legal quando juntamos engenharia mecânica, eletrônica, computação e damos vida a alguma coisa”. As palavras que ilustram a formação básica de um robô são de Rafael Lang, graduado em 2012 na USP em São Carlos. O engenheiro de computação atua há oito anos como diretor do Warthog Robotics, um dos principais grupos extracurriculares da EESC e do ICMC que tem como objetivo desenvolver pesquisas no campo da robótica, focando em combate e futebol de robôs.

Rafael Lang é diretor do Warthog Robotics há 8 anos

Em 2007, ainda no primeiro ano de graduação, Rafael procurou uma forma de utilizar, na prática, o conhecimento que estava adquirindo no curso.  Foi então que ingressou no Warthog que, na época, levava o nome de Gear. Em 2010 o grupo fundiu-se com o USP Droids do ICMC e desde então carrega a atual nomenclatura. “Ao participar de um grupo extracurricular, é possível aplicar o que se aprende em sala de aula. No caso do Warthog, nós fazemos robôs, os levamos para feiras e participamos de competições. Isso me ajudou bastante no curso”, conta Rafael. “O aluno aprende a se organizar, trabalhar em equipe, gerenciar um time e com isso ele desenvolve seu perfil profissional ainda na academia”, complementa Maximillian. Confira aqui todos os grupos extracurriculares da EESC.

Ao longo dos anos, o então graduando foi construindo sua história no grupo. Além de evoluir como profissional de engenharia cresceu dentro do Warthog e depois de passar por todos seus setores, chegou à diretoria geral em 2010. “Quando eu entrei havia cerca de 10 pessoas e hoje contamos com 115 integrantes; é a oitava turma que eu gerencio. Acabo sendo uma referência para eles e enquanto eu tiver algo a contribuir pretendo continuar”, diz o engenheiro que já geriu cerca de 300 alunos. Hoje, além de diretor, ele desenvolve no Warthog seu doutorado com foco em sistemas inteligentes aplicados ao futebol de robôs.

 Coleção de troféus não para de aumentar na sala do Warthog

O pesquisador conta que todo mês é realizado internamente no grupo um workshop para que os integrantes contem o que desenvolveram nos últimos 30 dias. A ideia é treinar apresentação em público, perder a timidez e ganhar maturidade, qualidades que o mercado valoriza muito, segundo o doutorando. Quando ingressam no Warthog, os alunos dão início a uma espécie de plano de carreira. Eles começam no setor de manufatura e operações, depois passam pela área de desenvolvimento e, por fim, chegam ao setor de pesquisa. “Para trocar de área, os estudantes devem realizar os minicurso internos de capacitação que oferecemos. São cerca de 200 por ano”, conta Rafael.

Tecnicamente preparados, os jovens participam de diversas competições e já colecionam inúmeros títulos. “Os campeonatos renovam o ânimo do pessoal e os desafios que essas atividades proporcionam aumentam muito a qualidade do profissional formado. A evolução dos alunos é o que mais gosto de ver”, completa o diretor que deixa um recado aos futuros integrantes do Warthog: “Aqui você pode se preparar tanto para o mercado quanto investir numa pós-graduação. É uma fonte infinita de conhecimento e desenvolvimento”, finaliza.

 

Produção e texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL
Fotos de José Augusto Stuchi e Rafael Lang: Henrique Fontes

 

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Conheça os novos calouros de Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação

Conheça os novos calouros de Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação da EESC

Na última semana, entre os dias 15 e 16, foram realizadas as matrículas dos aprovados na primeira chamada da Fuvest para ingresso na USP. Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), nós conversamos com alguns calouros dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação para descobrir como surgiu a paixão dos jovens pelas áreas escolhidas e qual expectativa com a nova fase da vida que se inicia na graduação. Confira no vídeo abaixo.

 

Departamento recruta voluntários para ministrar curso de alemão

USP em São Carlos recruta voluntários para ministrar curso de alemão

Ministrantes receberão certificado ao final do trabalho. Montagem: Marília Ruberti – Adaptação Pixabay

O Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP está recrutando voluntários para ministrar um minicurso introdutório de alemão. Os selecionados serão responsáveis por 15 aulas oferecidas gratuitamente para a comunidade interna e externa da Universidade e receberão um certificado de participação ao final do trabalho.

O curso será divido em três módulos que abordarão temas básicos da língua como alfabeto, números, pronúncia, comidas típicas, como se apresentar para uma pessoa, pedidos em restaurantes e pequenos diálogos, tudo baseado em situações e cenários da cultura alemã. As aulas serão semanais e ministradas na EESC, ainda com data de início e horários a definir.

Podem se candidatar voluntários com vivência na Alemanha, sejam jovens que realizaram intercâmbio no país europeu, professores da língua, nativos que estudam no Brasil, entre outros. O conteúdo oferecido será adaptado de um livro utilizado na própria Alemanha para o ensino da língua.

Promovido desde 2016 pelo SEL, o curso tem o objetivo de despertar nas pessoas o interesse pela língua, dando-lhes uma boa base para aprofundarem seus conhecimentos em escolas especializadas no futuro. Os interessados em atuar como ministrantes devem enviar um e-mail para departamento.eletrica@eesc.usp.br com o assunto “Curso Alemão”, contando qual a experiência que possui com a língua e deixando seus contatos para eventual retorno.

 

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Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br
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Nova tecnologia baseada em lasers pode aumentar a segurança de usuários na internet

Nova tecnologia baseada em lasers pode aumentar a segurança de usuários na internet        

Trabalho foi reconhecido por uma das principais revistas científicas do mundo

Nova tecnologia desenvolvida por ex-aluno da USP ajudará a diminuir crimes virtuais. Imagem: Pixabay

Devido a um tráfego cada vez maior de informações online compartilhadas nos dias de hoje, a segurança virtual segue como ferramenta fundamental, principalmente no Brasil, onde mais da metade da população usa a internet.  Para ajudar nessa questão, Thiago Raddo, ex-aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, desenvolveu uma nova solução que poderá dificultar a vida dos hackers que tentarem acessar informações particulares compartilhadas entre os usuários. O trabalho do pesquisador foi publicado na Scientific Reports, revista do grupo Nature.

Em sua tese de doutorado, o especialista levou em consideração uma das tecnologias que mais se destacam no mercado nacional de telecomunicações, as fibras ópticas, que são filamentos de vidro da espessura de um fio de cabelo que transportam dados através da propagação da luz por sua estrutura.

Normalmente, o sinal de luz que, nesse caso, é emitido por um laser, percorre a fibra com certo padrão, e o que o pesquisador propõe é torná-lo completamente imprevisível: “A partir do momento que um sinal de luz desordenado é usado para transmissão de dados, se torna muito mais difícil um usuário não autorizado ou um espião ter acesso à informação que está sendo enviada ao destinatário”, explica Thiago.

Para gerar “desordem” no sinal emitido, o laser deve receber a aplicação de uma força mecânica externa. A fonte de luz, então, é revestida por um suporte de alumínio que, ao invés de protegê-la, exerce uma pressão sobre ela. “O laser atua sem nenhum aparato complexo ou qualquer tipo de realimentação óptica. Isso é inédito na ciência atual”, diz o ex-aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC. A solução proposta é de baixo custo e pode ser facilmente replicada, completa o doutor em telecomunicações que viu sua tese virar um livro.

Suporte de alumínio exerce pressão sobre o laser (parte dourada no centro) para alterar formato das ondas de luz emitidas. Imagem: Thiago Raddo

A fibra óptica é uma boa plataforma para testar a técnica desenvolvida, especialmente por se tratar de uma tecnologia que irá predominar pelas próximas décadas, conta o especialista. As fibras suportam grandes quantidades de informações, são imunes a interferências, apresentam dimensões reduzidas e baixa perda de dados, sendo mais eficientes em relação às outras tecnologias existentes de acesso à internet de banda larga, como os cabos coaxiais ou as redes sem fio (via rádio). Transmissões ao vivo em alta definição, serviços On Demand e geração de conteúdos 3D em tempo real são exemplos de produtos que dependem de uma rede do tipo óptica para assegurar melhor qualidade de execução.

A segurança virtual no Brasil é algo que preocupa, ainda mais porque o país é o 4º do mundo que mais sofre com cibercrimes, segundo o último relatório Norton Cyber Security Insights, realizado em 2016. De acordo com o estudo, mais de 42 milhões de brasileiros foram afetados por criminosos virtuais durante o período, o que acarretou em um prejuízo na casa dos R$ 32 bilhões. O principal ataque é conhecido como ransomware, espécie de sequestro dos dados de um computador. Nesse caso, os bandidos invadem as máquinas, capturam os arquivos e bloqueiam o acesso de seus responsáveis, podendo exigir dinheiro em troca da devolução dos documentos.

Fibra Óptica é a melhor plataforma para testar a tecnologia desenvolvida pelo cientista. Imagem: Pixabay

Protegendo os dados – Uma tendência da maioria dos programas online utilizados para troca de mensagens ou informações, tais como WhatsApp Web, plataformas de e-mail e os navegadores é a criptografia, com a qual os dados do usuário são convertidos num formato especial antes de serem transmitidos pela internet, de modo que apenas emissor e receptor consigam compreendê-los.

Esse é o principal cenário em que a tecnologia desenvolvida por Thiago poderá ser utilizada. Pela ação do sinal imprevisível gerado pelo laser, a informação será criptografada, evitando que pessoas mal-intencionadas ou não autorizadas acessem o conteúdo transmitido. “A simplicidade do sistema proposto abre caminho para seu uso em diversas aplicações”, afirma o jovem que durante sua pesquisa teve orientação do professor Ben-Hur Viana Borges, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC.

A tese do pesquisador leva o nome de Redes de acesso de próxima geração: sistemas OCDMA flexíveis e fontes VCSEL caóticas de baixo custo para comunicações seguras. Segundo Thiago, o principal desafio da pesquisa foi encontrar uma maneira de comprovar que o laser estava, de fato, emitindo um sinal desordenado e o esforço valeu a pena. O trabalho gerou um artigo que foi reconhecido e publicado por uma das principais revistas científicas do mundo, a Scientific Reports, que pertence ao grupo Nature.

Thiago teve seu artigo publicado por uma das principais revistas científicas do mundo. Imagem: Thiago Raddo

“Nós percebemos que tínhamos em mãos algo que poderia ter grande impacto científico e resolvemos tentar a publicação na revista. Assim que soubemos da resposta, foi uma recompensa”, celebra o ex-aluno que realizou a pesquisa em parceria com cientistas da Universidade Livre de Bruxelas (VUB), na Bélgica, onde conquistou a dupla-titulação. Ele foi o primeiro estudante a participar do convênio de cooperação entre a Universidade Belga e a USP, coordenado pelo Professor Ben-Hur.

Ainda não há previsão para a tecnologia entrar no mercado, pois ainda restam algumas etapas a serem concluídas, no entanto, os próximos passos já estão definidos: “Vamos estudar outras abordagens, aprimorar o que foi desenvolvido e aguardar o interesse da indústria”, finaliza.

Tese de doutorado de Thiago virou livro. Imagem: Thiago Raddo

 

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

 

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