Graduandos podem obter créditos em optativas cursando disciplinas de pós-graduação

Graduandos podem obter créditos em optativas cursando disciplinas de pós-graduação

Os alunos dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação, oferecidos pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, terão agora mais uma oportunidade de aprofundarem seus conhecimentos durante a graduação na área. Com o novo Programa de Formação Integrada com a Pós-graduação (PFI-pós), lançado este ano pela EESC, os graduandos podem se matricular, até o dia 22 de fevereiro, em disciplinas do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica. Essa integração permitirá que os estudantes aproveitem os créditos obtidos em disciplinas optativas de graduação e em um eventual curso de mestrado no futuro. Confira todas as instruções no link.

“A ideia é que, a cada semestre, novas disciplinas de pós-graduação sejam oferecidas aos graduandos. Esse contato com estudantes já formados é interessante, pois proporciona uma troca de conhecimentos muito rica, contribuindo para que os menos experientes alcancem seus objetivos e, inclusive, vislumbrem os melhores caminhos no universo da pesquisa”, afirma o professor José Carlos de Melo Vieira Júnior, docente do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC e vice-coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Unidade.

Podem participar da iniciativa os estudantes dos dois cursos de Engenharia Elétrica (Ênfase em Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação) e os alunos do curso de Engenharia de Computação, que é oferecido em parceria com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.

Sobre o Programa – O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC foi criado em 1975 com o curso de Mestrado, estendendo-se ao Doutorado em 1997. Ao longo de sua trajetória formou aproximadamente 700 mestres e mais de 250 doutores, com centenas de trabalhos publicados em veículos de alto impacto científico. O Programa possui o nível mais elevado de conceito da CAPES, recebendo nota 7.

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP

Mais Informações
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da EESC
Telefone: (16) 3373-9371
E-mail: posee@sc.usp.br

 

 

 

 

 

 

Engenheiro cria equipamento inovador para imprimir dispositivos eletrônicos

Engenheiro cria equipamento inovador para imprimir dispositivos eletrônicos

Aparelho vai ajudar cientistas e centros de pesquisa a desenvolver técnicas de fabricação de dispositivos de eletrônica orgânica


Sequência de imagens mostra um dispositivo de eletrônica impressa apagado (à esquerda), acendendo (meio) e aceso (à direita) ao receber corrente elétrica. Aparelho que realiza este tipo de impressão foi desenvolvido por ex-alunos da USP e agrega seis diferentes técnicas de impressão sem necessidade de troca do substrato (papel, plástico, entre outros), característica inédita no mundo – Foto: Leonardo Cagnani

A eletrônica orgânica é uma tecnologia promissora que envolve a produção de dispositivos semicondutores a partir de moléculas orgânicas à base de carbono. Atualmente, no mundo inteiro, vários grupos desenvolvem pesquisas na área. Entre as possibilidades que essa tecnologia proporciona estão as telas dobráveis e os painéis de energia solar de baixo custo. É possível, por exemplo, imprimir um dispositivo utilizando tintas semicondutoras: é a chamada eletrônica impressa. Porém, os cientistas que desenvolvem estudos nessa área enfrentam o desafio de fazer isso em escalas maiores, que vão além da laboratorial – onde, muitas vezes, é preciso trabalhar com dispositivos impressos de dois milímetros quadrados.

Uma solução inovadora veio do engenheiro Leonardo Dias Cagnani, ex-aluno do campus de São Carlos da USP, que criou um conjunto de equipamentos para auxiliar o desenvolvimento de técnicas de fabricação da eletrônica impressa. Denominado Roll-to-roll Lab, o aparelho oferece uma característica única no mundo: a possibilidade de usar seis diferentes técnicas de impressão e alternar de uma para outra sem necessidade de troca do substrato (papel, plásticos, embalagens) ou de parada do equipamento. Também foram criados dois outros produtos, que podem ser comercializados à parte: uma bomba de seringa (que controla o fluxo de tinta a ser usada na impressão) e uma glove box (caixa fechada de inox com visor de vidro, com atmosfera sem umidade e baixo nível de oxigênio).


Equipamento Roll-to-roll Lab foi desenvolvido com foco nas pesquisas laboratoriais em eletrônica impressa; porém, seu uso não se restringe a essa área de estudos – Foto: Leonardo Cagnani

Os equipamentos são direcionados para pesquisas laboratoriais em diversos ramos, como automotivo, de papéis e vernizes, entre outros, além de universidades, centros de pesquisa e empresas de certificação. Apesar de terem sido criados com foco principal na eletrônica impressa, o uso dos equipamentos não se restringe a essa área de estudos. Outro aspecto positivo, segundo Cagnani, é a transferência de tecnologia desenvolvida em laboratório para processos que possam ser expandidos para a indústria.

As seis técnicas que o equipamento oferece são: rotogravura, flexografia (ferramentas de impressão modular), slot-dieknifewire-bar e spray (ferramentas de revestimento modular). “Em nível internacional há equipamentos que oferecem só uma das técnicas. No Brasil, nenhum aparelho faz isso”, destaca o pesquisador.

Roll-to-roll Lab foi desenvolvido em alumínio, em formato modular, nas medidas 85 centímetros de largura por 50 centímetros de altura. O peso varia de 40 a 60 quilos, dependendo da configuração do aparelho. O preço também é variável: de R$ 60 mil (na versão básica) a R$ 200 mil (versão completa com as seis técnicas de impressão).


À esquerda, bomba de seringa e, à direita, glove-box em inox, dois outros produtos desenvolvidos no projeto – Foto: Leonardo Cagnani

Expectativas – “A eletrônica orgânica é uma tecnologia muito promissora. Algumas moléculas orgânicas já são usadas comercialmente em displays de alguns celulares e em televisores que usam a tecnologia OLED [organic light-emitting diode – diodo emissor de luz orgânico]”, explica o engenheiro.

Ele conta que começou a se interessar por eletrônica impressa durante o trabalho de conclusão de curso da graduação em Engenharia Elétrica, pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. Essas pesquisas envolviam dispositivos OLED, mas em escala experimental, dentro dos laboratórios. As peças eram muito pequenas e mediam cerca de 1 milímetro por 1 milímetro.


Impressão realizada com nanoesferas de sílica em substrato PET (polietileno tereftalato) com o equipamento Roll-to-roll Lab para uso em fotônica. Este trabalho foi realizado no doutoramento da pesquisadora Giovana Rosso Cagnani, na Escola de Engenharia de São Carlos –Foto: Leonardo Cagnani

Ao estudar o assunto, o engenheiro percebeu que alguns grupos que pesquisavam eletrônica impressa adaptavam equipamentos da indústria gráfica convencional, ou seja, aquelas que imprimem jornais e revistas, para produzir esses dispositivos. Mas os equipamentos convencionais são grandes, caros e usam litros de tinta. Na eletrônica impressa, as tintas são orgânicas, e também muito caras, mas usa-se miligramas do material, inviabilizando utilizá-las em um equipamento grande. Foi a partir dessa constatação que Cagnani teve a ideia de desenvolver um equipamento para eletrônica impressa de porte laboratorial que simulasse o que uma gráfica grande faz.

O engenheiro criou um primeiro protótipo do equipamento no mestrado, realizado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, entre 2011 e 2013, sob orientação do professor Roberto Mendonça Faria, do Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica. Depois, no doutorado, Cagnani fez uma parceria com o Tyndall National Institute, na Irlanda, e, a partir de algumas melhorias, criou um segundo protótipo. O engenheiro passou quatro meses no Tyndal, onde chegou a desenvolver alguns projetos em eletrônica impressa.

De volta ao Brasil, o pesquisador se viu decidido a projetar um equipamento que pudesse ser comercializado. Foi quando Cagnani se uniu a outros dois pesquisadores, ambos ex-alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Wellisson Roberto Rogato e Rodrigo Fernandes Vernini, e, juntos, formaram uma empresa, a DevelopNow.

O grupo encaminhou uma proposta para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), dentro do Pipe, projeto que apoia a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em micros, pequenas e médias empresas do Estado de São Paulo. Eles foram selecionados e assim puderam desenvolver o conjunto de equipamentos para eletrônica impressa. Agora, eles submeteram um novo projeto para a fase 3 do Pipe, com foco na produção, comercialização e busca de parcerias. O resultado deve sair entre junho e julho.

Mais informações: e-mail leonardo@developnow.com.br, com Leonardo Dias Cagnani; site www.developnow.com.br

Texto: Valéria Dias – Jornal da USP

Trabalho da área de fotônica recebe menção honrosa no SIICUSP

Trabalho da área de fotônica recebe menção honrosa no SIICUSP

Guilherme concluiu a graduação em Engenharia Elétrica no final de 2018 na EESC. Foto: Arquivo pessoal

Guilherme de Arruda, recém-formado do curso de Engenharia Elétrica (ênfase em eletrônica) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, recebeu uma menção honrosa por sua pesquisa apresentada no 26º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP), realizado no final de 2018, em São Paulo. O engenheiro também foi convidado para representar a USP no Spring Undergraduate Research Festival, ocorrido dia 26 de março, na Ohio State University, nos Estados Unidos.

Seu projeto, intitulado Análise da transmissividade de luz de nanoestruturas para aplicações em células solares, teve a orientação do professor Emiliano Martins, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC. O trabalho do ex-aluno integra a área de Fotônica, campo da ciência que estuda, resumidamente, a interação da luz com a matéria. Parte da pesquisa foi desenvolvida na Universidade de York, na Inglaterra.

Promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, o SIICUSP é um evento anual que tem como objetivo divulgar os resultados dos projetos de iniciação à pesquisa científica e tecnológica realizados por alunos de graduação da USP, bem como de outras instituições nacionais e internacionais.

Desde 2014, a iniciativa é composta de duas fases. Na primeira, cada unidade, ou grupo de unidades, organiza seu próprio evento, com trabalhos de sua área específica. Os estudantes apresentam seus projetos para uma comissão avaliadora, que indica os mais bem avaliados para a segunda fase, denominada “Etapa internacional”. Nessa fase, os estudantes selecionados têm a oportunidade de apresentar seus trabalhos novamente, em evento com participação de todas as áreas do conhecimento, na Cidade Universitária, em São Paulo. Estudantes de universidades estrangeiras também participam apresentando seus projetos, selecionados por comitês de sua instituição.

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP
Com informações de www.siicusp.prp.usp.br

Personagens que marcaram a história são retratados em mostra de pinturas

Personagens que marcaram a história são retratados em mostra de pinturas

Artista utilizou madeira para representar a crucificação de Jesus Cristo

O Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP recebe, até o final de fevereiro de 2019, a exposição gratuita Versos desse Universo pela caneta incandescente de Ciro Júlio Cellurale. Ao todo, são 17 imagens trabalhadas em madeira e papel Canson que, em sua maioria, retratam personagens famosos e do cotidiano com o uso da pirogravura, técnica que consiste em desenhar com uma caneta de ponta incandescente. Algumas obras também foram produzidas com lápis sépia e 6B.

Entre os nomes homenageados pelo artista estão, por exemplo, o da atleta Maurren Maggi, de São Carlos, do jogador de basquete Nenê Hilário, também da capital da tecnologia e que atualmente atua na NBA, a liga norte-americana, além de indígenas, Jesus Cristo, Papa João Paulo II, entre outras importantes figuras representadas nos corredores do SEL.

Quadro “Pra que isso?” conquistou a medalha de prata no 35º Salão de Artes Plásticas de Rio Claro (SP)

Autor da mostra, Ciro é funcionário da USP São Carlos desde 1988. Seu contato com atividades artísticas começou aos 13 anos e, desde então, passou a colecionar uma série de prêmios. Um deles foi concedido à pintura Pra que isso?, que em junho de 2017 conquistou a medalha de prata no 35º Salão de Artes Plásticas de Rio Claro (SP), cidade natal do desenhista. Em 2018, foi a vez de receber a medalha de bronze por um conjunto de três obras exibidas no Salão de Artes plásticas de Mococa (SP).

A exposição, que está aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, é realizada no âmbito do Projeto Arte no Caminho, idealizado pelo SEL, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) da EESC e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus de São Carlos da USP (GCACEx). A iniciativa visa despertar o interesse da comunidade pela arte, transformando ambientes universitários em pequenas galerias.

Confira, abaixo, todos os prêmios conquistados por Ciro em sua trajetória como artista.

Premiações

– 1978 – II Exposição Coletiva do Ateliêr França Machado – Rio Claro/SP

Prêmio Destaque.

– 1979 – III Exposição Coletiva do Ateliêr França Machado – Rio Claro/SP

Menção Honrosa.

– 1979 – V Salão Oficial de Belas Artes de Rio Claro

Prêmio Aquisição

– 1980 – V Salão Ararense de Artes Plásticas – Solar Benedita Nogueira

Menção Honrosa – Araras – SP

– 1980 – 1ª EXPO ARCA Coletiva (associação rio-clarense de cultura artística)

Menção Honrosa – Rio Claro – SP

– 2010 – Prêmio “A Consciência – 2010” – Centro Cultural Negro de São Carlos – SP

– 2017 – XXXV SAPLARC – Salão de Artes Plásticas de Rio Claro – SP

Medalha de Prata

– 2018 – XXVI Salão de Artes Plásticas de Mococa SP

Medalha de Bronze

 

Este evento está no Entreartes, aplicativo gratuito criado pela USP que fornece informações sobre as atividades culturais oferecidas pela Universidade por meio de um QR Code e permite que os usuários acumulem pontos, trocando por brindes ou horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP

 

Mais Informações
Assessoria de Comunicação do SEL
Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

 

Amigos constroem o próprio instrumento para compor música eletrônica

Amigos constroem o próprio instrumento para compor música eletrônica

Criado em disciplina de inovação da USP, projeto virou startup e agora será acelerado nos Estados Unidos

Protótipo, que possui 12 botões para dar o tom das notas musicais, é composto por um chip e diversos componentes eletrônicos. Foto: Henrique Fontes – SEL/USP

Assim como todo estudante de graduação, Cristiano Lacerda e Rodrigo Guskuma ingressaram na USP em São Carlos em busca do tão sonhado diploma universitário. Mas, o que eles não imaginavam é que durante a jornada uma nova paixão surgiria para embalar os rumos da carreira de cada um: a música eletrônica. Com pouco dinheiro para investir, mas compartilhando sonhos em comum, os dois amigos resolveram usar seus conhecimentos para construir um protótipo de controlador MIDI (Musical Instrument Digital Interface), equipamento utilizado por DJs para compor músicas por meio de comandos enviados ao computador. O projeto empreendedor levou à criação da Ginga, startup que recentemente foi selecionada para passar por um processo de aceleração nos Estados Unidos.

A ideia de transformar o aparelho eletrônico em uma empresa de tecnologia amadureceu quando os jovens se matricularam na disciplina Oficina de Inovação da USP, cujo objetivo é incentivar a capacidade empreendedora dos estudantes a partir das orientações de docentes da Universidade. “Nós aprendemos a desenvolver toda a estrutura de negócio do equipamento, a pensar no público-alvo, local de venda apropriado, se o produto seria disponibilizado on-line ou off-line, entre outros tópicos”, conta Rodrigo, engenheiro eletricista formado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Ao final da atividade, que durou um semestre, a Ginga foi eleita pelos professores como o melhor projeto da disciplina, que é promovida pelo Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin), com colaboração da Agência USP de Inovação.

Rodrigo atua como DJ amador em algumas festas universitárias. Foto: IndieClick

Composto por um chip e diversos componentes eletrônicos acoplados a uma estrutura de acrílico, o controlador MIDI possui 12 botões que dão o tom das notas tocadas pelos criadores. “A música eletrônica explodiu no Brasil com o surgimento de grandes artistas, como Alok, Vintage Culture, entre outros. Por isso, a tendência é que muita gente comece a trabalhar com esse tipo de gênero no País. Estamos nos antecipando a um fenômeno em potencial”, explica Cristiano, aluno do curso de Sistemas de Informação, oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

O entrosamento musical da dupla de amigos começou no Grupo de Som do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO), onde fizeram parte, voluntariamente, da equipe que planejava a estrutura sonora de algumas festas universitárias. Quem observa a grande dedicação dos jovens pode até pensar que o interesse dos empreendedores pelo universo da música eletrônica é antigo. Mas não é. As portas do gênero musical se abriram a Rodrigo, por exemplo, apenas quando ele entrou na USP, e o ex-aluno, que sempre gostou de rock e cresceu em uma família de músicos, se encantou por um estilo que até então lhe era desconhecido: “Comecei a frequentar festas que tocavam música eletrônica e ficava curioso em saber como os DJs conseguiam juntar uma canção na outra e não deixavam o som parar”, relembra o engenheiro que hoje se apresenta em alguns eventos como DJ amador.

Cristiano está estudando empreendedorismo na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Foto: Arquivo pessoal

Pisando em terras desconhecidas – Terreno ainda pouco familiar aos jovens, o mercado deve colaborar para a inserção da Ginga nas prateleiras, segundo seus idealizadores. Rodrigo afirma que, no Brasil, a produção de aparelhos de música eletrônica é escassa, o que, praticamente, obriga os interessados a importarem produtos do exterior, que são bem mais caros. Diante desse cenário, a Ginga seria uma alternativa mais viável. “Nossa ideia é vender a um preço de 20 a 30% menor que os importados”, diz o ex-aluno da EESC.

Focados na missão de consolidar a empresa como uma plataforma competitiva no mercado, os jovens já vislumbram o cenário ideal para o futuro: “Queremos, um dia, tornar a Ginga popular no Brasil, fazer com que as pessoas se lembrem dela sempre que questionadas sobre qual equipamento devem comprar. O maior reconhecimento seria encontrar nosso aparelho ao lado de um violão em uma loja de instrumentos musicais”, conta Cristiano que tem como grande ídolo e inspirador o DJ britânico Burial.

Além de possuir tecnologia nacional e ser mais barato, outro grande diferencial do equipamento eletrônico é o código de seu chip que, segundo os estudantes, é mais eficaz se comparado aos de alguns concorrentes. Para definir a melhor estratégia de vendas, porém, o planejamento de marketing é indispensável e, por isso, os empreendedores já estão pensando em formas de atuação para atingir seu público-alvo: “Teremos um relacionamento muito próximo com nossos clientes; vamos priorizar ações com aqueles que estão começando na área de música eletrônica”, explica o estudante.

Startup Ginga foi escolhida como o melhor projeto da disciplina Oficina de Inovação da USP. Foto: Arquivo pessoal.

A chance de emplacar – Em oportunidade oferecida pela Agência USP de Inovação, Cristiano foi escolhido para participar de um intercâmbio sobre empreendedorismo focado em startups na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, onde deve permanecer até a metade de 2019. A instituição possui uma parceria com o estúdio de inovação Schoolab de Paris, responsável pelo programa Le Bridge, que visa acelerar projetos inovadores, como a Ginga, selecionada em outubro para integrar a iniciativa. De janeiro a abril do próximo ano, o aluno do ICMC participará de cursos, workshops, eletivas, visistas a incubadoras, dentre outras atividades para aprimorar os serviços da starup musical.

Parece que o caminho do sucesso já começou a ser desenhado para os jovens que se conheceram na USP, mas a dedicação promete não diminuir. “A Ginga é o hobby dos meus sonhos. Muita gente falou que eu era doido por entrar nessa área, mas segui em frente. Se você está disposto a correr atrás e perder algumas noites de sono, com certeza valerá a pena. Hoje, consigo unir minhas duas paixões: a música e a engenharia elétrica,” declara Rodrigo.

Ex-aluno da EESC se encantou pela música eletrônica após ingressar na Universidade. Foto: Arquivo pessoal

Atualmente, o equipamento de música eletrônica desenvolvido pelos jovens passa por melhorias. A ideia é definir um novo design, ampliar o número de botões do aparelho para 16, acrescentar um display LCD, luzes, entre outros recursos. “Esperamos que a nossa história sirva de inspiração para quem sonha empreender. É um ramo com muitas oportunidades no Brasil e no exterior, ainda mais para os que estudam em uma instituição como a USP”, finaliza Cristiano.

Sobre a Oficina de Inovação –  Abordando conteúdos que apoiam a inovação e o empreendedorismo, a atividade é oferecida em forma de disciplina optativa aos alunos de todos os cursos da USP São Carlos. Os temas trabalhados na disciplina envolvem tópicos como definição de inovação em produtos e serviços; necessidades e comportamento dos usuários; técnicas de criação de ideias; definição de mercados; rotas tecnológicas; noções de propriedade intelectual; inovação aberta; capital de risco e técnicas de ‘pitch’.

A expectativa é de que a Oficina aconteça anualmente abrangendo áreas que atendam às demandas emergenciais da sociedade. Ao final da disciplina, os projetos estão habilitados a serem apresentados em eventos de inovação no Brasil e no exterior.

 

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP

 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do SEL
Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

Robôs da USP São Carlos jogam um bolão no futebol e nas tarefas do lar

Robôs da USP São Carlos jogam um bolão no futebol e nas tarefas do lar

Em competição latino-americana, robôs de pequeno porte conquistaram o primeiro lugar jogando futebol; já os que foram desenvolvidos para aplicações domésticas se consagraram vice-campeões

Warthog Robotics no pódio: campeão latino-americano no futebol de robôs de pequeno porte

Unir duas paixões em um mesmo campo: robôs e futebol. Esse é um dos desafios dos estudantes da USP, em São Carlos, que participam do grupo Warthog Robotics. Vinculado à Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC),  e ao Centro de Robótica de São Carlos (CRob), o grupo se consagrou pela segunda vez como campeão latino-americano no futebol de robôs de pequeno porte (small size). Além de conquistar o primeiro lugar na modalidade small size, ficaram na quarta colocação na categoria para robôs de muito pequeno porte (very small size) e também mostraram que são bons de bola em outro campo desafiador: o das aplicações domésticas (@Home), na qual foram vice-campeões.

As conquistas foram obtidas durante o Robótica 2018, o maior evento de robótica da América Latina, que englobou diversas competições, mostras, workshops e simpósios científicos realizados de 6 a 10 de novembro no Centro de Convenções de João Pessoa, na Paraíba. “Os resultados são, certamente, fruto da dedicação e do entrosamento dos estudantes que participaram das competições nas três categorias. Na @Home, que é considerada uma das mais desafiadoras, melhoramos nossa pontuação e conseguimos realizar a maioria das provas, o que demonstra um aprimoramento nas pesquisas desenvolvidas na área de interação humano-robô”, destaca Roseli Romero, professora do ICMC que coordena o Warthog Robotics.

Na categoria @Home, a equipe conquistou o segundo lugar

Um dos diretores do grupo, Adam Moreira, revela que três dos sete artigos científicos submetidos por integrantes do Warthog ao XV Simpósio Latino-americano de Robótica (LARS) tratavam de assuntos diretamente ligados à categoria @Home: “Isso também mostra que o grupo tem avançado na produção de novos conhecimentos”.

Já o diretor geral do grupo, Rafael Lang, ressalta que o Warthog tem conseguido se manter como uma das principais equipes de desenvolvimento de robôs do Brasil: “Desde 2009, estamos no pódio em pelo menos uma das categorias da competição Latino-Americana de Robótica. Além disso, temos conseguido abrir novas frentes de atuação, como a @Home, e disputar em alto nível.”

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC e professor do Instituto Federal de São Paulo no campus São Carlos, Lang explica que os bons resultados do grupo ao longo do tempo têm sido conquistados devido ao trabalho de muita gente. “A organização é um dos fatores principais para manter a competência de uma equipe multidisciplinar como o Warthog, que envolve alunos de quase todos os cursos do campus da USP em São Carlos. A equipe é sempre renovada, o que permite ao time estar sempre capacitado para desenvolver novas tecnologias e aprimorar os projetos já existentes”, explica o doutorando.

Grupo também conquistou a quarta colocação na categoria para robôs de muito pequeno porte

Categorias – Na categoria small size, os times contam com seis robôs cada, um goleiro e mais cinco na linha, que disputam a partida de forma autônoma, ou seja, sem nenhuma intervenção humana. De acordo com Adam Moreira, que é doutorando do ICMC, para construir um robô capaz de jogar futebol sem precisar usar um controle remoto, é preciso levar em conta aspectos mecânicos, eletrônicos e computacionais.

Toda a estrutura do robô, o tamanho que terá, onde ele precisará ser furado, como serão as rodas, o motor, a bateria, o dispositivo de chute, entre diversos outros detalhes são definições que ficam a cargo dos responsáveis pela parte mecânica. Já quem cuida da eletrônica decide quantas placas de circuito ele possuirá, quais componentes serão colocados nessa placa, como será seu microcontrolador e deve compreender também quanta energia será necessária para executar suas tarefas e fazê-lo andar de forma adequada e na velocidade desejada.

Há, ainda, os especialistas do campo computacional. São eles que farão o robô compreender as informações captadas pela câmera que fica no alto do campo de futebol, superando desafios como a falta ou o excesso de iluminação no local. Nesse time, entra também a área de inteligência artificial. São os algoritmos dessa área – as sequências de comandos passadas para o computador a fim de definir uma tarefa – que farão o robô tomar as decisões certas em campo. “A visão computacional possibilita ao robô ter a visão completa do jogo, enxergar onde está a bola e como estão posicionados os adversários e os colegas de time. Já os algoritmos que criamos vão fazê-lo decidir chutar a bola para o gol ou repassá-la a um companheiro”, explica Moreira.

O que muda na categoria da competição voltada a robôs muito pequenos (very small size) é que, devido ao tamanho reduzido, a complexidade da máquina é menor: não há dispositivo de chute nem de drible, existem apenas duas rodinhas e uma placa eletrônica.

Quanto à categoria @Home, o objetivo é estimular o desenvolvimento de serviços e tecnologia de robôs assistivos que possam ter alta relevância para futuras aplicações domésticas pessoais. Na competição, há um conjunto de testes que são realizados para avaliar as habilidades e o desempenho dos robôs em tarefas como reconhecer objetos, mencionando seus respectivos nomes, pegar esses objetos e reposicioná-los, seguir uma pessoa, reconhecer uma determinada pessoa no meio de outras, andar pelo ambiente desviando de obstáculos, tais como cadeiras e sofás, por exemplo.

Rafael Lang com um dos robôs da categoria small size

Tese premiada – Outra conquista comemorada pela professora Roseli Romero foi obtida pela tese Integração de sistemas cognitivo e robótico por meio de uma ontologia para modelar a percepção do ambiente. Defendida por Helio Azevedo no ICMC sob orientação de Roseli, o trabalho foi um dos destaques do Workshop de Teses e Dissertações em Robótica (WTDR) e conquistou o segundo lugar no concurso de teses e dissertações em Robótica (CTDR), ambos realizados em João Pessoa durante o Robótica 2018.

O objetivo do workshop é viabilizar uma maior integração de alunos de pós-graduação com professores e pesquisadores que atuam na área, contribuindo para aumentar a visibilidade dos trabalhos realizados na academia junto à própria comunidade acadêmico-científica e à comunidade industrial.

Funcionário do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), em Campinas, Azevedo é um dos autores, em conjunto com José Pedro Belo e Roseli Romero, do artigo OntPercept: a perception ontology for robotic systems. O trabalho foi reconhecido como um dos 16 melhores artigos apresentados no XV LARS e os autores foram convidados para submeter uma versão estendida no Journal of Intelligent & Robotics Systems da Springer.

Roseli, Helio e o professor Fernando Osório: tese defendida no ICMC conquistou segundo lugar no concurso

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Fotos: Henrique Megid – Warthog Robotics
Mais informações 
Página no Facebook: www.facebook.com/WarthogRobotics
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666

Redução de ruído em imagens é tema de curso oferecido por especialista italiano na EESC

Redução de ruído em imagens é tema de curso oferecido por especialista italiano na EESC 

Curso ministrado na USP abordará diversas técnicas de redução de ruído em imagens digitais. Foto: Universidade de Tecnologia de Tampere

O matemático italiano Alessandro Foi, docente da Universidade de Tecnologia de Tampere, da Finlândia, estará na USP, nos dias 21 e 22 de novembro, para ministrar um mini-curso gratuito sobre modelagem e filtragem de ruído em imagens digitais. A atividade será realizada das 9h às 12 horas, em ambas as datas, no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Voltado a estudantes de pós-graduação, docentes e demais pesquisadores da área, o curso será ministrado em inglês e oferece 60 vagas. Os interessados devem se inscrever até o dia 19 de novembro, por meio do Sistema Apolo da USP.

Considerado uma das referências mundiais no ramo de processamento de imagens, Foi mantém contato com o SEL desde 2016, quando um de seus métodos de filtragem de ruídos despertou interesse do professor Marcelo Andrade da Costa Vieira do Departamento. Na época, o docente da USP sugeriu aplicar a técnica desenvolvida pelo cientista italiano na pesquisa de doutorado de Lucas Borges, ex-aluno do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da EESC. O trabalho, reconhecido internacionalmente, trouxe a possibilidade de restaurar imagens de mamografia 3D obtidas com até 30% a menos de radiação, mantendo a qualidade do exame e preservando a saúde das pacientes. Desde que foi estabelecida a parceria entre a EESC e a Universidade finlandesa, cinco artigos científicos foram publicados em conjunto e alguns intercâmbios realizados.

Sobre o ministrante – Alessandro Foi é mestre e doutor em Matemática pela Università degli Studi di Milano, da Itália, e doutor na área Processamento de Sinais pela Universidade de Tecnologia de Tampere, na Finlândia, onde atualmente é professor. Sua área de atuação engloba métodos matemáticos e estatísticos para processamento de sinais, análise funcional e harmônica e modelagem computacional do sistema visual humano. O docente é membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), onde integra o Comitê Técnico de Processamento de Sinais de Imagem, Vídeo e Multidimensional da Instituição, e também trabalha como editor associado do IEEE Transactions on Computational Imaging e do SIAM Journal on Imaging Sciences.

Alessandro Foi é uma das principais referências do mundo na área de processamento de imagens: Foto: Universidade de Tecnologia de Tampere

Batizado de “Signal-Dependent and Correlated Noise in Imaging: from Modelling to Parameter Estimation and Practical Filtering”, o curso de Alessandro Foi abordará os seguintes tópicos:

  • tipos de ruído em imagens digitais;
  • modelo gaussiano branco aditivo;
  • modelo dependente de sinal;
  • ruído espacialmente correlacionado;
  • estimativa de parâmetros de ruído em sistemas de imagem;
  • transformadas de estabilização de variância: direta e inversa;
  • estudo de casos práticos com questões e discussões.

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP

 

Mais informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL-EESC-USP)
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br
Telefone: (16) 3373-8276

Professora do SEL é convidada a integrar comitê do CNPq

Professora do SEL é convidada a integrar comitê do CNPq

A professora Vilma Alves de Oliveira, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, foi convidada a integrar o Comitê de Assessoramento de Engenharia Elétrica e Biomédica (CA-EE) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O mandato, que tem duração de três anos, segue até dia 30 de junho de 2021.

Convocada pelo Conselho Deliberativo da Instituição, após consultas à comunidade científico-tecnológica nacional, Vilma terá entre suas atribuições a responsabilidade de julgar as propostas de apoio à pesquisa e de formação de recursos humanos. O Comitê do qual fará parte pelos próximos anos é composto por oito pesquisadores de diversas regiões do país, sendo que cada um analisa os projetos de sua área de trabalho. A docente do SEL atuará no campo de “Sistemas e controle”.

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP

Prêmio Capes de Tese: pesquisa realizada no SEL recebe menção honrosa

Prêmio Capes de Tese: pesquisa realizada no SEL recebe menção honrosa

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou, na última segunda-feira (1º), o resultado do Prêmio Capes de Tese Edição 2018, outorgado às melhores teses de doutorado defendidas em 2017. Neste ano, 13 dos 42 trabalhos agraciados são da USP, sendo dois da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). A Escola também figurou entre as 12 teses da Universidade reconhecidas com menções honrosas.

Uma delas foi a do ex-aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC, Lucas Rodrigues Borges, que recebeu a honraria pela tese Redução da Dose de Radiação em Tomossíntese Mamária através de Processamento de Imagens, desenvolvida sob a orientação do professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL), Marcelo Andrade Vieira. Na pesquisa, Lucas criou uma técnica capaz de restaurar imagens de mamografia 3D obtidas com até 30% a menos de radiação, mantendo a qualidade do exame.

O estudo do ex-aluno também já havia sido reconhecido em dois grandes eventos científicos da área de engenharia elétrica. O primeiro foi The 13th International Workshop on Breast Imaging, realizado em 2016, na Suécia, onde o trabalho apresentado foi considerado um dos cinco melhores da conferência. Já em 2017, um artigo apresentado pelo pesquisador ficou com o prêmio de segundo lugar na Conferência SPIE Medical Imaging, realizada nos Estados Unidos.

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP com informações da Assessoria de Comunicação da EESC

Alunos da USP participam de programa internacional para jovens líderes

Alunos da USP participam de programa internacional para jovens líderes

Iniciativa norte-americana seleciona estudantes com potencial de liderança no futuro e oferece atividades de capacitação

Estudantes foram selecionados em programa internacional para jovens líderes. Foto: Henrique Fontes/SEL-USP

Um líder, normalmente, é aquela pessoa que coordena um grupo em determinado ambiente visando alcançar grandes objetivos. Os desafios para quem escolhe essa função são enormes, tanto do ponto de vista pessoal como do profissional, e os que vislumbram assumir uma posição de liderança sabem que o percurso é longo e demanda muito preparo. Em busca de qualificação para iniciar essa caminhada, três alunos da USP em São Carlos ingressaram no Cargill Global Scholars Program (CGSP), iniciativa internacional que capacita jovens com potencial de liderança no futuro.

Por meio de seminários, orientações individuais, estudos de caso, eventos de networking, entre outras ações, o Programa visa desenvolver habilidades de pensamento crítico nos participantes, além de formar uma rede global de estudiosos e ajudar a transformá-los na próxima geração de inovadores do mundo. “Eu sempre vi a liderança como uma oportunidade de me colocar na linha de frente de um problema e sair da zona de conforto. Isso permite que você desenvolva competências que antes nem imaginava ter”, explica João Marco Barros, um dos participantes da atividade e aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

Durante o CGSP, João Marco pôde desmistificar alguns conceitos que tinha sobre liderança e adquirir novos conhecimentos: “Além de aprender a ficar mais analítico e trabalhar com números, percebi que quando você coloca as pessoas na frente de suas decisões, os resultados começam a fazer mais sentido. O Programa ajudou a me reconstruir, pois eu pensava que ser líder era apenas ter uma posição de destaque e dar orientações a um grupo, mas a atuação é muito mais complexa”, diz o estudante que sonha um dia em abrir uma empresa na área de tecnologia.

João Marco pretende gerenciar uma empresa de tecnologia no futuro. Foto: Henrique Fontes/SEL-USP

O jovem foi selecionado pelo Programa internacional em 2017, mas possui uma relação de longa data com a função de líder. Quando ainda cursava a segunda série do ensino médio, o aluno criou um projeto social em São José dos Campos (SP), sua cidade natal, para dar aulas a quem não tinha condições financeiras. Na mesma época, fundou a iniciativa IUPI, na qual angariava recursos para distribuir a instituições carentes. Hoje, além de estar no último semestre do Cargill Global Scholars Program, ele faz parte do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos (Ismart), organização que oferece bolsas em escolas particulares de excelência e acesso a programas de desenvolvimento para jovens talentos de baixa renda.

A participação em programas de qualificação é um grande diferencial para quem sonha em mergulhar no universo da liderança, ainda mais em um cenário mercadológico cada vez mais concorrido e competitivo. Oferecido pela empresa Cargill em parceria com o Instituto de Educação Internacional (IIE), o CGSP seleciona 10 estudantes de cada país habilitado a concorrer no Programa. São seis no total: Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Estados Unidos. Os candidatos devem possuir bom desempenho acadêmico, estudar em áreas de interesse da Cargill e enviar cartas de apresentação pessoal e recomendação. Se forem aprovados nessa etapa, os estudantes ainda devem passar por uma entrevista. Os selecionados recebem uma bolsa de estudos, tutoria mensal de carreira e participam de atividades nacionais e internacionais.

Existe uma fórmula para ser líder? – Diante da diversidade de perfis, visões, personalidades, temperamentos e posturas, é difícil imaginar que há um modelo pronto a ser seguido em busca da liderança. No entanto, um aspecto sobre o tema parece ser unanimidade entre os jovens da USP: “Antes de qualquer conquista ou resultado, o líder deve se lembrar de que está lidando com seres humanos”, ressalta Leandro Silva, aluno do curso de Engenharia de Computação.

Leandro Silva é diretor geral do SEMEAR, grupo da USP que desenvolve soluções na área de robótica. Foto: Arquivo pessoal

O jovem, que sonha um dia gerenciar equipes na área de educação, fala com propriedade do assunto já que vivencia experiências de liderança. Hoje, por exemplo, atua como diretor geral do SEMEAR, grupo extracurricular da USP que desenvolve soluções em engenharia mecatrônica para aplicações na robótica. Simultaneamente, Leandro coordena a área comercial da Semana da Engenharia de Computação (SenC) da Universidade, que acontecerá entre os dias 22 e 26 de outubro.

“Estar na USP é um diferencial enorme, pois podemos participar de atividades de extensão e trabalhar com pessoas incríveis, o que qualifica nosso currículo e nos faz crescer na carreira”, afirma o aluno. Selecionado em julho para ingressar no Programa de jovens líderes, o estudante já participou de algumas atividades da Cargill no mês passado, quando passou uma semana em São Paulo acompanhando seminários e palestras com executivos da empresa.

Quem faz companhia a Leandro nessa jornada é Maria Luisa do Nascimento, estudante do curso de Engenharia de Computação que também foi aprovada no CGSP. Anteriormente, a jovem não vislumbrava atuar como líder, mas parece ter encontrado seu caminho na área e reconhece que o desafio é gigante: “Não basta ter apenas o conhecimento técnico, é preciso manter sua equipe engajada se quiser aspirar algo grande. Você precisa ser um exemplo para o seu time e confiar nas pessoas que o compõe”, explica a aluna.

Saber ouvir é uma das características de Maria Luisa que mais se encaixa com as de um líder. Foto: Arquivo pessoal

Atualmente, a líder gerencia um projeto de pesquisa do ADA, grupo de extensão vinculado ao curso de Engenharia de Computação que oferece aos alunos conhecimentos técnicos, administrativos e interpessoais de forma organizada, bem como valoriza a profissão de engenheiro de computação frente à sociedade e o mercado de trabalho. Além de colaborar com o projeto, a estudante coordena a Women in Tech, atração da Semana da Engenharia de Computação que visa promover maior representatividade feminina nas áreas de tecnologia.

Referência dos amigos na forma como lida com as pessoas, Maria Luisa conta que uma de suas características que mais se encaixa com as de um líder é a de saber ouvir e aprender com o próximo. Nesse sentido, a estudante sugere que os futuros líderes procurem por alguém que já realizou algo diferente e se espelhe nos exemplos positivos. “Nunca iremos aprender algo novo se não tentarmos”, conclui a jovem.

Engajados com a missão de transformar a sociedade e assumir grandes responsabilidades, os estudantes da USP não se esqueceram de incentivar o surgimento de novos candidatos à líder: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, estimula Leandro, citando a frase do ativista Mahatma Gandhi.

 

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL-USP

 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do SEL
Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br