Curso da USP ensina como elaborar e instalar painéis solares

Curso da USP ensina como elaborar e instalar painéis solares

Atualmente, são mais de 38 mil unidades de painéis solares fotovoltaicos instalados no Brasil. Foto: Pixabay

O número de painéis solares fotovoltaicos instalados em residências, indústrias e estabelecimentos comerciais do Brasil tem crescido a cada ano. Atualmente, são mais de 38 mil unidades em funcionamento no País, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O aumento da procura se deve, principalmente, pela redução do custo desses equipamentos que transformam a luz do Sol em energia elétrica. Além disso, linhas de financiamento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) ajudam pessoas físicas e jurídicas a instalarem sistemas fotovoltaicos.

Diante do cenário propício à adesão desse tipo de tecnologia e da grande demanda de setores por conhecimentos na área, o Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP promoverá um curso, dividido em dois módulos, que ensina como elaborar projetos de painéis solares no computador e a instalar essas importantes ferramentas em ambientes externos. As inscrições para o curso, que chega a sua 2ª edição, podem ser feitas neste link, de 15 de setembro a 1º de novembro.

O primeiro módulo é o “Introdução a Sistemas Fotovoltaicos, Dimensionamento e Instalação” que ocorrerá nos dias 9 e 10 de novembro. Na atividade, os participantes irão aprender o dimensionamento básico do sistema fotovoltaico; a leitura de mapas solarimétricos, que mostram a incidência de radiação em diferentes países; os procedimentos de instalação dos painéis fotovoltaicos; a ligação do sistema no quadro de força; os passos para a configuração na central de monitoramento e até mesmo as etapas para solicitar conexão à concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica. Podem participar engenheiros, arquitetos, estudantes, técnicos, empreendedores e qualquer outra pessoa interessada em investir no ramo. O valor da inscrição é de R$ 500,00 à vista. Também pode ser pago em duas vezes de R$ 300,00 ou em três vezes de R$ 200,00.

Participantes irão aprender os procedimentos de instalação dos painéis fotovoltaicos. Foto: Divulgação

Já o segundo módulo, voltado para profissionais específicos do ramo de engenharia elétrica, é o “Dimensionamento Avançado de Sistemas Fotovoltaicos Usando PVsyst” que ocorrerá no dia 11 de novembroNele, os interessados aprenderão a projetar sistemas fotovoltaicos em 3D com a utilização do software PVsyst (versão demo), que pode ser baixado neste link. No programa de computador, os participantes irão trabalhar sombreamento, projeção em telhados, lajes, estacionamentos, além de estudarem a viabilidade financeira do sistema proposto. Para participar desse curso, o valor da inscrição é de R$ R$ 400,00 à vista, mas também pode ser pago em duas vezes de R$ 250,00 ou então em três vezes de R$ 166,70. É preciso que o aluno traga seu notebook com o software instalado, de preferência a última versão.

Cada módulo possui 60 vagas disponíveis. As aulas serão ministradas no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL pelo professor Elmer Cari do Departamento, pelo mestrando em engenharia elétrica da EESC, Francisco Lemes, e contará com a colaboração de diversos monitores. “O Brasil tem um potencial solar fabuloso e o governo tem incentivado, por meio de leis, a inclusão dessa forma de energia no sistema elétrico, facilitando a aprovação por parte das concessionárias. Contudo, a porcentagem desse tipo de energia na matriz energética ainda é pequena, o que incentiva a necessidade de profissionais capacitados na área, explica Elmer”.

Alunos da 1ª edição do curso aprovaram a iniciativa. Foto: Divulgação

Aprendendo na prática – Os participantes poderão acompanhar na prática os conteúdos ministrados, isso porque o professor Elmer coordenou o projeto que levou à instalação do primeiro sistema fotovoltaico da USP em São Carlos, localizado na cobertura de um dos prédios do SEL e que será utilizado como demonstrativo aos alunos. O equipamento levou três semanas para ser instalado, possui uma potência de 3.100 Watts e produz uma energia mensal de 486kWh, mesma quantidade de energia consumida, em média, durante um mês por uma residência com cinco moradores.

O sistema é composto por 12 painéis fotovoltaicos que recebem até 270 watts de potência cada um. Eles são ligados a dois circuitos e um inversor – dispositivo que transforma a energia solar em energia alternada, aquela encontrada na rede elétrica. São duas entradas de energia disponíveis no inversor para que se obtenha o máximo desempenho.

A central de monitoramento do sistema fica no Laboratório de Análise Computacional em Sistemas Elétricos (LACOSEP) do Departamento. No local, é possível acompanhar a potência dos painéis e quanto está sendo produzido de energia, em tempo real. O sistema projetado pelo professor Elmer faz parte de sua pesquisa relacionada à estimação de parâmetros e previsão de potência em usinas fotovoltaicas. No trabalho, o cientista busca prever o comportamento do sistema fotovoltaico para representá-lo de forma adequada em softwares utilizados dentro das usinas.

Primeiro sistema fotovoltaico da USP São Carlos foi instalado no SEL. Foto: Divulgação

Simultaneamente, o docente coordena o estudo “Projeto de Instalação e viabilidade econômica de sistemas fotovoltaicos nas áreas I e II da USP em São Carlos”. A pesquisa visa localizar os melhores pontos para a instalação de sistemas fotovoltaicos, dimensioná-los utilizando o software PVsyst, obter um orçamento completo do projeto e realizar um estudo de retorno do investimento considerando, inclusive, a manutenção.

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL

 

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação
Telefones: (16) 3373-8275 ou (16) 3373-9337
Whatsapp: (16) 98133-2652
E-mail: cursosolarusp@gmail.com
Site do curso: www.sel.eesc.usp.br/cursosolar/

Inscrições para a Semana de Engenharia de Computação da USP já estão abertas

Inscrições para a Semana de Engenharia de Computação da USP já estão abertas

Você sabe como é feito um computador? Sabe como programar um software ou integrar todas as peças necessárias para fazer a máquina funcionar? O engenheiro da computação sabe! Que tal conhecer mais sobre esse curso, as áreas de atuação e o mercado de trabalho desse profissional? Basta comparecer à 2ª edição da Semana de Engenharia de Computação (SEnC), que acontece de 22 a 26 de outubro, no campus da USP, em São Carlos.

Os interessados já podem fazer a pré-inscrição no site do evento. Nessa etapa, o participante fornece os dados pessoais e escolhe de quais atividades deseja participar, tendo em vista que há opções gratuitas e pagas. O período de pré-inscrição termina no dia 16 de outubro. Depois dessa data, os inscritos receberão um e-mail para efetivar a inscrição.

De acordo com os organizadores do evento, a SEnC tem como objetivo fortalecer a identidade do engenheiro de computação, ressaltando sua relevância para a sociedade, já que o curso ainda é pouco conhecido, apesar do vasto campo de atuação. A iniciativa surgiu no ano passado, diante da necessidade de uma semana acadêmica que representasse por completo o perfil do profissional em engenharia de computação.

 

Ao longo dos cinco dias do evento, haverá palestras, minicursos, rodas de conversas, workshops, feira de oportunidades, apresentação de projetos e viagens técnicas. Nessa edição, uma das viagens será oferecida pela Embraer. Os alunos que participarem dessa atividade poderão conhecer uma das maiores empresas aeroespaciais e ainda aprender como um engenheiro de computação pode atuar na área de aviação.

Outro destaque da programação é a Women in Techiniciativa que pretende discutir, por meio de  uma palestra e de uma roda de conversa, a falta de interesse e representatividade de mulheres nos cursos tecnológicos. A programação completa da SEnC estará disponível em breve no site do evento.

A SEnC é organizada pelos alunos de Engenharia de Computação da USP em São Carlos, curso que é oferecido em parceria pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

Texto: Talissa Fávero – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Engenheiro de Computação: ser ou não ser? Acesse a reportagem: www.icmc.usp.br/e/1b226
Site da SEnC: https://senc.icmc.usp.br/
SEnC no Facebook: https://www.facebook.com/semanaengenhariacomputacao/
Women in Tech no Facebook: https://www.facebook.com/events/231220254157980/
Seção de Eventos do ICMC: (16) 3373-9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

 

Aprenda alemão em curso gratuito da USP em São Carlos

Aprenda alemão em curso gratuito da USP em São Carlos

O Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP irá oferecer curso gratuito de alemão. A atividade, que é aberta ao público, conta com 180 vagas disponíveis e as inscrições podem ser feitas de 13 a 19 de agosto.

Dividido em dois módulos, o curso será ministrado por voluntários que já tiveram experiências com o alemão – entre eles, alunos de intercâmbio, professores de escolas de idiomas e nativos que vieram ao Brasil estudar. Em “Introdução à Língua e Cultura Alemã I, os participantes aprenderão temas básicos como alfabeto, pronúncia, números, pequenos diálogos, formas de se apresentar, entre outros. Já no segundo módulo, nomeado “Introdução à Língua e Cultura Alemã II, os interessados terão conteúdos sobre corpo, saúde, vestuário, profissões, tempo, férias e outros assuntos mais complexos. Para participar do segundo módulo, é necessário ter concluído o primeiro ou ter sido aprovado em avaliação de nivelamento.

Programado para ser realizado de 20 de agosto a 20 de dezembro, o curso terá 14 aulas e incluirá provas. Aqueles que forem aprovados nas avaliações com média mínima de seis (6) e obtiverem pelo menos 85% de frequência, receberão um certificado de conclusão expedido pela USP. Para se inscrever, acesse o Sistema Apolo da Universidade, escolha o curso e sigas as orientações . Em caso de dúvidas clique aqui para as instruções passo a passo.

O primeiro módulo será oferecido em duas turmas, com atividades às segundas e quartas-feiras; já o segundo, ocorrerá às terças-feiras em turma única. As aulas acontecerão sempre das 19 às 22 horas, no bloco C da EESC (Sala C3), que fica na Avenida Trabalhador São-Carlense, 400, no Parque Arnold Schimidt.

Promovido pelo SEL desde 2016, o curso tem o objetivo de despertar no público o interesse pelo idioma alemão, oferecendo conhecimento básico sobre a língua para que os participantes aprofundem seus estudos em escolas especializadas no futuro.

 

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br
Telefone: (16) 3373-8276

Exposição fotográfica na USP mostra a importância dos insetos na natureza

Exposição fotográfica na USP mostra a importância dos insetos na natureza

Fotografias foram registradas durante o pós-doutorado de André

O Brasil é referência mundial quando o assunto é biodiversidade, tendo como base suas grandes florestas que são a casa de milhares de espécies da fauna e flora nacional. Mesmo assim, há diversos seres vivos ainda desconhecidos e que têm seu papel no meio ambiente pouco difundido à sociedade, como é o caso dos insetos. Muitas vezes considerados nocivos aos seres humanos, esses animais têm grande importância para a natureza, pois, entre outras funções, são responsáveis pela polinização. Visando aproximar o público do universo imperceptível dos insetos, a USP em São Carlos recebe, até o dia 8 de outubro, a exposição fotográfica “Interações”.

Criada pelo biólogo André Rangel Nascimento, a mostra conta com 41 fotografias, distribuídas pelos corredores do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). “As fotografias apresentam a microfauna, em especial os insetos, atuando em relevantes ambientes naturais do nosso país e interagindo com outras espécies, entre elas, as plantas. Os registros são parte de meu pós-doutorado, em que realizei dois anos de expedições científicas”, revela André, que é doutor em ecologia. Alguns retratos do especialista também estão expostos no Museu da Engenharia Elétrica e no Anfiteatro Armando Toshio Natsume, ambos do SEL.

Capturadas em ambientes que vão de jardins a florestas, as fotografias exibem, em detalhes, o comportamento dos insetos e de outros pequenos animais. Segundo o autor do trabalho, conhecer a biodiversidade desses animais é fundamental para o entendimento dos mecanismos necessários para a preservação das florestas, pois é preciso dar o devido valor à vida e entender a importância de proteger esses frágeis ecossistemas. “Quando pensamos no desmatamento ou em um incêndio florestal, muitas vezes não enxergamos a amplitude do desastre e todas as formas de vida que perdemos. Para cada árvore cortada, muitos outros organismos associados a ela simplesmente desaparecem”, afirma o biólogo.

Caracol também faz parte da exposição no SEL 

André explica que, quando se pensa em florestas, imediatamente nos vêm à mente imagens de árvores, macacos, felinos, aves e borboletas. No entanto, há muito mais diversidade no interior das matas que fogem totalmente ao conhecimento das pessoas comuns e também dos cientistas. “Esperamos que a população seja um agente da preservação dos ambientes naturais, sejam eles jardins, parques, praças, reservas e até mesmo florestas”, reitera o pesquisador.

A exposição, que está aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, é realizada no âmbito do Projeto Arte no Caminho, idealizado pelo SEL, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) da EESC e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus de São Carlos da USP (GCACEx). A iniciativa visa despertar o interesse da comunidade pela arte, transformando ambientes universitários em pequenas galerias. A exposição conta com a curadoria de três artistas: Lucia Rangel, Rafael Zafalon e Maria Nascimento. Os dois últimos também atuam como marchand, trabalhando na inserção da arte em galerias internacionais.

Comportamento dos insetos é retratado nas fotografias

 

Este evento está no Entreartes, aplicativo gratuito criado pela USP que fornece informações sobre as atividades culturais oferecidas pela Universidade por meio de um QR Code e permite que os usuários acumulem pontos, trocando por brindes ou horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).  

Acesse aqui o Catálogo da Exposição


Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP
Fotos: André Rangel Nascimento

 

Mais Informações
Assessoria de Comunicação do SEL
Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

Participe da disciplina sobre robótica cooperativa na pós-graduação da USP

Participe da disciplina sobre robótica cooperativa na pós-graduação da USP

Comportamento animal foi uma das inspirações para o estudo de Sistemas Autônomos Cooperativos. Foto: Vitor Guizilini.

O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP irá oferecer uma disciplina sobre robótica autônoma cooperativa, área da ciência que propõe o desenvolvimento de robôs que atuem de forma coletiva para realizar uma tarefa. Nomeada “Tópicos em Sistemas Dinâmicos”, as aulas da disciplina começarão no dia 22 de agosto, sempre às 9 horas, e contarão com a participação do professor Kash Khorasani, da Universidade de Concordia, do Canadá. Confira o currículo do docente clicando aqui.

Ao longo de três semanas serão ministradas 15 aulas, divididas em teóricas, práticas e seminários. Todos os interessados em se matricular na disciplina devem comparecer à Secretaria de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC. Estudantes de instituições externas que desejarem acompanhar as aulas como alunos especiais também podem participar, desde que sigam os trâmites definidos neste link para efetuar a matrícula de 23 a 27 de julho. O local de realização da disciplina será definido posteriormente.

Todos que cumprirem o cronograma da atividade e desenvolverem projetos em grupo receberão nove créditos no total. Elaborada pelos docentes Marco Henrique Terra e Vilma Alves de Oliveira, ambos do SEL, “Tópicos em Sistemas Dinâmicos” proporcionará aos participantes o aprendizado das principais abordagens e técnicas utilizadas no diagnóstico de falhas e controle de sistemas não tripulados, como drones e veículos autônomos, por exemplo.

O tema da disciplina compreende o escopo de atuação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no Departamento. Entre os tópicos que serão abordados estão: controle de sistemas autônomos, suas aplicações e o estudo de soluções propostas; controle de consenso acionado por eventos, segurança de rede e ataques aos agentes; abordagens e métodos baseados em modelos, dados, inteligência computacional e metodologia híbrida.

 

Assessoria de Comunicação do SEL

 

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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC
Telefone: (16) 3373-9371
E-mail: posee@sc.usp.br

 

Dispositivo revela em poucos minutos se paciente tem hepatite C

Dispositivo revela em poucos minutos se paciente tem hepatite C

Desenvolvido por pesquisador da USP, aparelho eletrônico reduz custos de exames e analisa sangue com mais precisão

Novo dispositivo eletrônico utiliza sensor eletroquímico para verificar presença de vírus da hepatite C no sangue

O diagnóstico precoce da hepatite C, infecção viral que afeta o fígado, é fundamental para evitar sua progressão e impedir que o indivíduo contagiado transmita a doença para outras pessoas. No entanto, os exames convencionais para identificar a enfermidade não são totalmente precisos e podem comprometer o resultado da análise médica. Além disso, alguns exames apresentam elevado custo e levam dias até apontar o diagnóstico. Pensando em propor uma solução a esse cenário, o pesquisador João Paulo de Campos da Costa, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, criou um dispositivo eletrônico mais rápido, exato e barato, que revela em poucos minutos se a pessoa está com a doença.

O indivíduo infectado com o vírus da hepatite C, o VHC, possui em seu sangue – local onde estão as células de defesa do organismo – o anticorpo que combate a doença, chamado de anti-VHC. Para que o equipamento da USP detecte se a pessoa contém esse anticorpo o procedimento é o seguinte: a partir do sangue extraído são realizados procedimentos em laboratório até que uma gota do composto final seja pingada sobre um pequeno sensor eletroquímico que contém uma proteína do VHC. “Caso a pessoa possua os anticorpos contra o vírus, eles irão ‘se ligar’ com a proteína viral, gerando uma reação que diminui a corrente elétrica que passa pelo aparelho. É justamente essa redução na corrente que nos indica a infecção da pessoa”, explica Costa.

Segundo o pesquisador, o equipamento possui mil vezes mais sensibilidade para detectar o anti-VHC se comparado aos modelos de exames convencionais que, algumas vezes, não são capazes de identificar pequenas quantidades de anticorpos. O dispositivo, que custou cerca de R$ 430,00, exibe o diagnóstico em, no máximo, dez minutos. “Alguns exames levam até uma semana para ficarem prontos na rede pública e aqueles que utilizam sistemas eletroquímicos para diagnóstico são muito caros, podendo chegar a mais de R$ 20 mil”, afirma Costa que desenvolveu a tecnologia durante seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC.

Os resultados obtidos pelo aparelho são transmitidos por rede sem fio diretamente para um aplicativo de celular que poderá ser utilizado por profissionais da saúde. Intuitivo e com simples funcionamento, o app ainda é capaz de armazenar o exame do paciente em um cartão de memória e enviá-lo, via e-mail ou redes sociais, como WhatsApp e Facebook, ao médico responsável que irá interpretar os resultados e definir o melhor tratamento da pessoa infectada.

Atualmente, o diagnóstico da hepatite C pode ser feito por meio de exames sorológicos, testes moleculares, além da biópsia hepática – exame realizado para determinar o grau do processo inflamatório, o estágio de fibrose e se há presença de cirrose no tecido hepático. De acordo com o especialista, esses exames demandam tempo, equipamentos especiais, laboratórios com infraestrutura adequada, profissionais especializados e qualificados e, no caso da biópsia, trata-se de um exame invasivo e que pode trazer riscos e complicações à saúde.

Exames convencionais para diagnóstico de hepatite C não são tão precisos e podem comprometer análise médica. Foto: Cesar Lopes – PMPA

Para auxiliar o médico no tratamento mais específico de cada paciente, o sistema desenvolvido pelo pesquisador também pode ser programado para quantificar os anticorpos encontrados no soro sanguíneo, e até mesmo atuar no diagnóstico de outras doenças crônicas virais, como o HIV e outros tipos de hepatite. “É uma plataforma muito completa, permite diversas aplicações e agiliza o processo de diagnóstico da Hepatite C”, diz Paulo Inácio, biomédico e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR) da UNESP, em Araraquara (SP), entidade parceira no estudo.

Composto por um microcontrolador, amplificadores de sinal, bateria e sistema de recepção e envio de dados sem fio, o dispositivo pode ser facilmente replicado pela indústria. “Criar um aparelho de baixo custo e que pudesse ser produzido em larga escala era um dos meus objetivos desde o início do trabalho”, revela Costa que já atuou em um estudo na área de nanotecnologia aplicada à saúde em 2016. Naquela ocasião, a pesquisa tinha como objetivo desenvolver um biossensor para detecção precoce de hepatite C e câncer de ovário.

Outra vantagem do aparelho eletrônico da USP é sua portabilidade. Isso porque é possível levar o exame até pessoas com dificuldades de locomoção ou acamadas, que não conseguem se deslocar ao hospital mais próximo, ou mesmo a populações residentes em áreas de difícil acesso. A tecnologia utilizada no dispositivo é brasileira e, segundo o especialista, não há empresas nacionais que produzam esse tipo de solução.

Doença silenciosa – A hepatite C é um dos tipos mais comuns de hepatite e sua transmissão se dá principalmente por transfusões de sangue contaminado com o vírus, contato sexual, por via perinatal (da mãe para o filho), sobretudo durante a gravidez e o parto, assim como pelo compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos como aqueles de uso comum em manicura, pedicura, tatuagem e colocação de piercings. Diferentemente do vírus da hepatite B, não existe vacina contra o VHC.

Na maior parte dos casos, a Hepatite C não apresenta sintomas, mesmo quando o fígado já está debilitado. Em alguns cenários, no entanto, pode ocorrer a forma aguda da enfermidade, que antecede sua forma crônica e pode provocar mal-estar, vômitos, náuseas, dores musculares, perda de peso, cansaço, entre outros sintomas. Mas, em geral, os portadores só percebem que estão doentes anos após o contato com o vírus, quando a inflamação no fígado decorrente da infecção crônica já se encontra em grau avançado. As principais complicações podem ser cirrose, câncer no fígado e insuficiência hepática. “Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, mais eficaz será o tratamento”, explica Inácio que também é especialista em imunologia e colaborou com a pesquisa.

João Paulo desenvolveu a tecnologia durante seu mestrado em engenharia elétrica na EESC

De acordo com um estudo divulgado em 2016 pela Faculdade de Medicina da USP, há no Brasil de 1,4 a 1,7 milhão de casos crônicos de hepatite C. No mundo, esse número salta para 200 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que faz da doença uma das principais causas de transplante hepático do planeta.

O tratamento da enfermidade possui um elevado custo para o sistema público de saúde: “A estimativa é de que o gasto semanal com medicamentos para o tratamento de um único paciente acometido pela hepatite C seja de R$ 1 mil a R$ 1.500. Isso sem considerar outras despesas médicas e manutenção de equipamentos e laboratórios”, afirma o docente da UNESP. O alto custo do tratamento é outro motivo que incentiva o diagnóstico da doença em suas fases iniciais.

Testando a plataforma – Todos os experimentos de incubação e ligação dos antígenos e anticorpos para detectar a infecção pelo vírus da hepatite C foram realizados no Laboratório de Imunologia Clínica e Biologia Molecular da FCFAR. Sempre que o exame para anti-VHC apontava positivo, o procedimento era repetido outras duas vezes como forma de garantir a reprodução fiel dos resultados.

Os professores Elson Longo e Wagner Bastos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a docente Maria Aparecida Bertochi do Instituto de Química (IQ) da UNESP em Araraquara, também colaboraram com o trabalho. Durante seu mestrado, Costa teve a orientação do professor João Paulo do Carmo, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), a pesquisa surge em um momento crucial pelo fato de o Brasil ter lançado, no início do mês, um plano para erradicar a hepatite C até 2030.

De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é tratar, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), todos os pacientes diagnosticados e apresentar novas iniciativas para testar o máximo de pessoas de forma simplificada. Nesse sentido, o dispositivo criado na USP pode ser mais uma ferramenta útil para o diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, seu tratamento mais eficaz.

 

Texto e fotos: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

 

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Centro de Inclusão Social da USP ganha kit educacional de robótica

Centro de Inclusão Social da USP ganha kit educacional de robótica

Centro de Inclusão Social da USP recebeu doação de kit educacional de robótica

Ensinar física e matemática de forma lúdica, além de contribuir com a formação de jovens de baixa renda. Foi com esse propósito que o Centro de Inclusão Social (CIS) da USP em São Carlos recebeu a doação de um kit educacional de robótica da empresa Anacom Eletrônica nesse mês de junho.

Entre os itens doados estão: tablet, livro digital, DVD, quadricóptero, braço e esfera robótica, robô móvel, além de outros acessórios. Por meio de metodologias mais atraentes, a ideia é proporcionar aos alunos participantes do CIS um aprendizado mais interativo com a utilização dos novos equipamentos. Aulas de álgebra, geometria e, posteriormente, pré-cálculo também estão no cronograma do Centro.

Ao longo do segundo semestre os jovens serão desafiados a desenvolver diversas atividades com o kit robótico, e os que obtiverem melhor desempenho poderão concorrer a uma grande novidade a partir de 2019: bolsas de iniciação científica. Os recursos serão oferecidos pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, sob a coordenação do professor Marco Henrique Terra.

Atualmente os adolescentes do Centro de Inclusão Social já contam com diversos materiais e iniciativas gratuitas, como aulas de inglês, física e informática, além de acesso ao acervo da Biblioteca da Área 2 do Campus da USP em São Carlos. Coordenado pelos professores José Marcos Alves e Carlos Goldenberg, ambos SEL, o CIS de foi criado em 2015 com o objetivo de promover educação para comunidades em situação de vulnerabilidade socioeconômica que residem na cidade, especialmente os que moram perto da Universidade. Outros dois docentes do Departamento também participam da iniciativa: João Navarro Junior é o responsável pela disciplina Física do Cotidiano na Construção da Cidadania, enquanto Maximiliam Luppe coordena o Laboratório de Introdução à Informática para alunos do Ensino Fundamental.

Braço robótico está ente os itens do kit educacional doado pela empresa Anacom Eletrônica

O Centro conta, ainda, com o apoio institucional da USP por meio da Prefeitura do Campus (PUSP-SC), da EESC, do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPID – FAPESP), do Centro de Matemática e Estatística Aplicadas à Indústria (CEPID – CeMEAI), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e de empresas como a Anacom, Pearson Educaton Brasil, Intel, Cisco e Projeto Novo Guia / Pet Terapia.

Texto: Assessoria de Comunicação do SEL
Fotos: Marília Ruberti – SEL

 

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Centro de Inclusão Social da USP São Carlos
Telefone: (16) 3373-9344

Estudo demonstra como melhorar a proteção da rede elétrica

Estudo demonstra como melhorar a proteção da rede elétrica

Renan (à esquerda) e seu orientador, o professor Mario Oleskovicz do SEL

A energia elétrica que chega a residências, indústrias e a centros comerciais pode ser gerada por diferentes tipos de usina. Entre elas, podemos citar as hidrelétricas e as solares. Mas, para que a energia chegue com qualidade a seu destino, ou seja, permitindo que os equipamentos operem adequadamente, é preciso proteger a rede elétrica de falhas como, por exemplo, os curtos-circuitos.

Dentro do universo da engenharia elétrica existe um equipamento chamado de relé, que é capaz de identificar eventuais curtos no sistema elétrico e isolar o trecho exato da região afetada para que, posteriormente, o conserto seja feito. Dessa forma, o equipamento evita que o problema atinja um número maior de consumidores, já que os demais locais próximos ao danificado continuarão recebendo energia por rotas alternativas.

Mas, normalmente, os relés convencionais não estão programados para sinalizar curtos-circuitos quando uma rede suprida por hidrelétricas passa a receber, também, energia de usinas fotovoltaicas. Esse cenário pode limitar a operação dos relés, ainda mais com o crescimento das usinas solares nos últimos anos. Mas, então, como superar o impasse e garantir o serviço oferecido por essa importante ferramenta?

Quem propôs uma solução foi Renan Furlan, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. O estudante encontrou, por meio de simulações e técnicas computacionais, a configuração ideal do para que o aparelho se adeque a essa nova fonte de energia gerada a partir do Sol.

A pesquisa faz parte do trabalho de mestrado de Renan e foi realizada no Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica (LSEE) do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

O estudo está descrito no artigo Improvement of overcurrent protection considering distribution systems with distributed generation, que recebeu o prêmio de melhor trabalho na 18ª Conferência Internacional sobre Harmônicos e Qualidade da Energia (18th International Conference on Harmonics and Quality of Power – ICHQP), realizada entre os dias 13 e 16 de maio, em Liubliana, capital da Eslovênia. O evento é o principal do mundo na área de qualidade da energia e discutiu 132 artigos no total, sendo quatro deles do LSEE.

Também fazem parte do Laboratório e participaram com Renan da elaboração do artigo premiado os alunos de mestrado Rodrigo Bataglioli e Iago Faria, além do doutorando Carlos Beuter. A pesquisa foi orientada pelo professor Mario Oleskovicz do Departamento.

Texto e foto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

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Vencedor SancaThon 2018: aparelho portátil visa acelerar atendimento a gestantes em risco

Aparelho portátil visa acelerar atendimento a gestantes em risco

Protótipo integra medidores de febre, pressão e batimentos cardíacos em um único dispositivo e poderá sugerir procedimentos às enfermeiras nos hospitais

Grupo de cinco estudantes da USP foi o vencedor da 1ª SancaThon

Uma solução para agilizar o atendimento a gestantes em situações de risco atendidas em hospitais. Essa é a ideia vencedora da SancaThon, a 1ª maratona de programação da USP em São Carlos, realizada entre os dias 8 e 10 de junho, e que desafiou os participantes a criarem alternativas para problemas da cidade em 31 horas. Para ajudar a combater a mortalidade de grávidas no município, cinco estudantes da Universidade criaram um sistema portátil capaz de unir medidores de febre, pressão e batimentos cardíacos em um único dispositivo.

Com base em um diagnóstico prévio a partir dessas medições, o sistema conseguiria sugerir a profissionais de enfermagem as melhores condutas para se tomar com relação às pacientes em risco. Com isso, o equipamento poderia propor, por exemplo, a verificação de possíveis infecções, hemorragias ou, dependendo do caso, o encaminhamento imediato da gestante ao médico que, por sua vez, seria alertado sobre a gravidade da situação.

Todos os dados coletados seriam disponibilizados automaticamente na nuvem de uma rede de hospitais, dispensando o preenchimento manual de formulários e, caso a paciente precisasse ser transferida para outro local, seria feita a comunicação de informações do prontuário entre os órgãos de saúde. O design do sistema ainda será elaborado e a expectativa é de que até o final do ano o produto esteja disponível no mercado.

“O maior diferencial do aparelho é justamente integrar todas essas funções, pois facilitará muito a vida do profissional, dando a ele orientações de forma inteligente. Em complicações na gravidez, a cada hora que passa, as chances de a gestante sobreviver podem diminuir bastante”, explica Vinicius Garcia, um dos integrantes do grupo vencedor e aluno do curso de Engenharia de Computação da USP, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

Protótipo passará por testes na Santa Casa de São Carlos

Nomeado de Our life, o equipamento, que deve custar em torno de R$ 2.000,00, será composto tanto por um software quanto por um hardware e, segundo Vinicius, não será preciso treinar os profissionais que irão utilizá-lo, pois a forma de medição atual não será alterada. Ele também conta que as ponteiras dos instrumentos hospitalares frequentemente quebram e, como o protótipo desenvolvido terá os principais medidores integrados, o risco de danos será menor, gerando economia aos hospitais. Também compuseram o grupo vencedor os alunos Gabriel Cerqueira, Alexandre Bellas, Laise Cardoso e Silva e o mestrando Leonardo Moraes.

Além do título da 1ª SancaThon, o trabalho também foi reconhecido pela Santa Casa de São Carlos: “Esse projeto é de grande impacto na saúde pública e, além de evitar mortes, poderá ajudar quem está no processo de assistência no pronto-socorro a acertar mais. Nas próximas semanas pretendemos iniciar alguns testes com a equipe de ensino e pesquisa do hospital”, afirma Daniel Bonini, superintendente da Santa Casa.

Programando na USP – A 1ª SancaThon contou com 39 integrantes, divididos em 9 equipes formadas por participantes de diversas universidades e instituições, que foram desafiados a desenvolver tecnologias. “Grande parte de nossos problemas é técnico, por isso, é preciso integrar o município com os cientistas das universidades. A partir dessa união, conseguiremos avançar a outros patamares”, conta José Galiza Tundisi, secretário de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos.

Jovens tiveram 31 horas para desenvolver soluções a problemas de São Carlos

Ele afirmou, ainda, que os melhores projetos da SancaThon poderão ser financiados, tanto pela Prefeitura, caso aprovados, quanto pelos Governos Estadual e Federal. “Tenho certeza de que São Carlos terá cada vez mais um sistema avançado de desenvolvimento científico e tecnológico e será exemplo no Brasil”, conclui.

Segundo Daniel Magalhães, professor da EESC, a SancaThon superou as expectativas: “A participação dos grupos foi muito efetiva e a vivacidade com que os participantes trabalharam mostra que esse tipo de evento tem público e apelo. Já recebemos, inclusive, sugestões de temas para próximas edições de hackathons na USP”, conta o docente que é diretor do Centro Avançado EESC de Apoio à Inovação (EESCin), um dos realizadores do evento. Segundo Daniel, a Prefeitura de São Carlos se mostrou bastante empolgada com os projetos e demonstrou interesse em trabalhar para implantá-los na cidade.

Mas quem pensa que a SancaThon é importante apenas ao público que irá usufruir dos projetos desenvolvidos está engando. Isso porque os participantes da Maratona têm a oportunidade de desenvolver outras habilidades ao longo de uma iniciativa como essa: “A veia empreendedora é incentivada nos jovens estudantes que, com certeza, serão os responsáveis por transformar a sociedade. A experiência durante o evento é muito rica, eles ganham autoconfiança e ainda geram benefícios ao país”, diz o chefe-geral da Embrapa Instrumentação de São Carlos, João Naime.

Outros trabalhos também foram destaque na competição da USP. Em segundo lugar, ficou o projeto “μCare”, que trouxe a proposta de utilizar um sistema capaz de localizar, em tempo real, determinados equipamentos médicos dentro dos hospitais. A equipe idealizadora do trabalho foi composta por Pedro Jeronymo, Patrick Feitosa, Guilherme Momesso, Guilherme Prearo e Bruno Stefano, todos alunos do curso de Engenharia de Computação da USP em São Carlos.

Nove equipes participaram da maratona de programação da USP

Na terceira colocação ficou o projeto Calisto, no qual os integrantes da equipe propuseram uma solução para reduzir o tempo que os pacientes passam dentro de um ambulatório ou pronto-socorro. Para isso, os participantes criaram uma espécie de totem capaz de adiantar o processo de triagem. O equipamento também atuaria para ajudar aqueles que ainda não estão no hospital, marcando consultas, solicitando ambulâncias e indicando a farmácia mais próxima ao ser consultado sobre a disponibilidade de um remédio. A equipe é composta pelo autônomo Ricardo Ferreira e pelos alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Carlos Cunha, Iago Barbosa, Matheus Lima e Fernando Guisso.

Todos os grupos tiveram três minutos para apresentar seus trabalhos, dois minutos para demonstrações e outros dois para responder perguntas dos jurados. Confira todos os projetos apresentados neste link. As três primeiras equipes ganharam kits DragonBoard 410c e Linkspirte e poderão participar da FutureCom 2018. Para dar continuidade aos projetos, as equipes terão direito a pré-acelerar seus empreendimentos na Baita Aceleradora e também a 8 horas de trabalho e orientação no Wikilab.

Além de Tundisi, João Naime e Daniel Bonini, a comissão avaliadora da SancaThon foi composta por: Paulo César Giglio, CEO da Incon Eletrônica e vice-diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) em São Carlos; Alexandre Wellington de Souza, tenente-coronel do Comando Geral do 38º Batalhão da Polícia Militar; Mario Casale Neto, diretor de operações na Casale Equipamentos; Erwin Franieck, diretor de desenvolvimento da Bosch; Natanael Alves da Silva, coordenador do Centro de Ciência, Inovação e Tecnologia em Saúde de São Carlos e ex-presidente da Comissão Municipal de Saúde; Bruno Evangelista, diretor de desenvolvimento de negócios IOT da Qualcomm; Rodrigo Pereira do Portal Embarcados e Mirjan Schiel, representante da comunidade.

Concentração, criatividade e dedicação foram fundamentais durante a competição

A SancaThon é realizada em conjunto pela EESC, ICMC e pela Semana da Integração da Engenharia Elétrica (SIEEL). A iniciativa conta com o apoio da Agência USP de Inovação, da Agência de Inovação da UFSCar, do Portal Embarcados, da Sintesoft, da Faculdade de Tecnologia (FATEC) de São Carlos, da Semana da Engenharia de Computação da USP, do Portal Industrial, do Wikilab, do CIESP São Carlos, do Senai São Carlos, da Baita Aceleradora e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos.

 

 Texto e fotos: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

 

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Do conserto de rádio ao ensino na USP: o professor que ajudou a criar o curso de Engenharia Elétrica em São Carlos

Do conserto de rádio ao ensino na USP: o professor que ajudou a criar o curso de Engenharia Elétrica em São Carlos

Apaixonado por eletrônica, Délio Pereira Guerrini contribuiu para consolidar a área na EESC

Délio foi um dos fundadores do SEL. Foto: Arquivo pessoal

Em Piracicaba, interior de São Paulo, um menino curioso por eletrônica certo dia resolveu brincar com o rádio de seu pai. Não deu muito certo. Ao mexer nos componentes que controlam a sintonia do aparelho, acabou desregulando-o e não havia meio de funcionar novamente. Foi então que seu pai, ao invés de simplesmente pagar o conserto do rádio, preferiu fazer outro investimento: bancou ao garoto um curso de eletrônica a distância, oferecido por uma instituição norte-americana, e o desafiou a arrumar o equipamento.

Depois de muito esforço e estudo, a missão foi cumprida pelo então adolescente Délio Pereira Guerrini. Mas, o conserto do rádio foi apenas uma amostra da capacidade do jovem na área. O feito aparentemente simples serviu de combustível para ele seguir a carreira que sempre sonhou, e o seu talento, que o acompanhou durante toda a vida, ainda continua se perpetuando. Talento esse que foi incansavelmente disseminado na USP, onde Délio foi professor por 30 anos. Nesse período ele ajudou a criar e consolidar o local onde compartilhava todo seu conhecimento: o Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Quando jovem, Délio trabalhava em um posto de gasolina em Piracicaba e foi justamente no horário de serviço que sua relação com São Carlos começou depois de atender o professor Marcius Giorgetti do Departamento de Hidráulica da EESC que passara por lá para encher o tanque de seu veículo. O atual docente ainda era aluno na época, cursava Engenharia Civil na USP, e incentivou Délio a ir para São Carlos estudar. Resultado: convite aceito!

Como o curso de Engenharia Elétrica ainda não havia sido criado, Délio se formou em Engenharia Mecânica em 1966, mas carregando sempre a vontade de atuar na área que desde infância lhe encanta. Convidado pelo professor Morency Arouca, então diretor da EESC, aceitou o desafio de atuar na elaboração do SEL para que fosse oferecido o curso de Engenharia Elétrica na USP em São Carlos e, a partir de 1969, o primeiro passo se consolidou com a implantação do Departamento. Já no ano seguinte foi realizado o primeiro vestibular para interessados no curso, que contou com 20 vagas disponíveis. Ao final da graduação, os alunos poderiam escolher entre duas ênfases: eletrotécnica e eletrônica.

Um ano após concluir a graduação, Délio começou a dar aulas e com a nova atividade surgiu uma outra paixão: a produção de livros acadêmicos. “Ele sempre foi uma pessoa muito ligada ao ensino de graduação e se importava demais com os alunos”, conta Fábio Guerrini, filho de Délio e professor do Departamento de Engenharia de Produção da EESC.

Délio escreveu vários livros acadêmicos

Depois de produzir algumas apostilas aos alunos, o engenheiro mecânico deslanchou a escrever livros. São quatro no total: o primeiro, intitulado “Instalações Elétricas Prediais”, é utilizado por alunos do curso de Engenharia Civil. A segunda obra do especialista leva o nome de “Eletrotécnica Aplicada e Instalações Industriais”, tema de disciplina que Délio ministrou por muito tempo no curso de Engenharia Elétrica. “Eletricidade para Engenharia” foi escrito a partir de uma apostila que ele havia produzido. Seu quarto e último livro é o “Iluminação – Teoria e Projeto” que traz um conteúdo direcionado a alunos do curso de arquitetura, para quem ele também lecionou. “Meu pai dizia que ser professor é dar aula, fazer pesquisa e também escrever livro”, revela Fábio.

Conhecimento dentro e fora de casa – O filho de Délio não aprendeu apenas em casa, mas na USP também. Isso porque Fábio foi aluno do pai durante sua graduação em Engenharia Civil na EESC. “Ele era muito prático nas aulas e sempre direcionava as disciplinas para a realização de projetos”, conta o docente.

Mas quem acha que Fábio tinha moleza com o pai está enganado: “Uma vez tirei cinco em uma prova e precisava me sair bem no próximo teste. Quando a nota do novo exame foi divulgada, perguntei ao meu pai se eu havia ido bem e ele respondeu que era para eu checar no quadro de avisos igual os outros estudantes. Em sala de aula a nossa relação era de aluno-professor”, afirma o engenheiro civil.

Fábio Guerrini aprendeu dentro e fora de casa com o pai

Além de adorar ensinar e compartilhar conhecimento, Fábio conta que Délio era muito rígido quanto às normas da Engenharia e era conhecido por solicitar muitos livros à Biblioteca da EESC sobre as regulamentações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Apesar de rigoroso em alguns aspectos, Délio era uma pessoa bem-humorada, o que facilitava a aproximação de todos. “Ele sempre foi muito amigável, um professor de fácil convivência e ótima relação com os estudantes”, conta José Marcos Alves, professor do SEL desde 2004 e ex-aluno de Délio na disciplina Instalações Elétricas.

O docente também ressalta a importância de seu antigo professor ao Departamento: “Ajudou a criá-lo e o consolidou”, relembra. O comportamento tranquilo de Délio é um dos valores mais preciosos que seu filho carrega até hoje: “Meu pai sempre foi muito conciliador, prezava pela boa conversa com todos. Tento trazer isso comigo”, diz Fábio.

Quem também se lembra muito bem do engenheiro mecânico é o professor Carlos Goldenberg, docente do SEL desde 1976 e que também teve aulas com o ex-professor. “Ele foi pioneiro em muitas ações”, conta o professor. Délio ajudou a desenvolver toda a estrutura acadêmica do curso de Engenharia Elétrica, desde a consolidação de novas disciplinas até a contratação de mais professores. Segundo Goldenberg, não havia muitos profissionais no início do SEL e boa parte dos docentes era de outra cidade.

Os professores José Marcos (à esquerda) e Carlos Goldenberg foram alunos de Délio

Reconhecimento – Em 2017, Délio foi homenageado durante o Workshop sobre Ensino de Eletrônica Analógica, realizado no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL. Confira aqui trecho do vídeo gravado no evento em que o antigo docente recebe a homenagem do Departamento (a partir de 11min e 50seg).

Questionado sobre como descreveria Délio aos novos alunos de Engenharia Elétrica da EESC, Goldenberg disse: “Eu diria que professores como ele são difíceis de encontrar nos dias de hoje, aquele profissional que os alunos procuram para tirar dúvidas acadêmicas e pessoais. Essa é uma medida do quão importante um docente é na vida do estudante. Com certeza ele era uma pessoa que trazia felicidade por onde passava”.

Délio foi duas vezes chefe do SEL, de 1975 a 1977 e de 1980 a 1981. Também coordenou o Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da EESC entre 1973 e 1975 e foi presidente da Comissão de Graduação da Escola de 1980 a 1982 e de 1993 a 1995. Foi um dos primeiros no Brasil a trabalhar com motores lineares, área em que defendeu seu doutorado. Délio faleceu no último dia 7 de abril, em São Carlos, com a certeza de ter deixado um enorme legado a todos com quem conviveu e aos que ainda vão partilhar de seu conhecimento.

 

Texto e fotos: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

 

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