Autor: manda_chuva
Pesquisador desenvolve técnicas mais eficientes de reconhecimento facial
Pesquisador desenvolve técnicas mais eficientes de reconhecimento facial
Além de serem mais baratas, tecnologias criadas na EESC identificam pessoas com disfarces, expressões diferentes e em ambientes diversos
Novas técnicas de reconhecimento facial desenvolvidas na USP prometem trazer grandes avanços no processo de identificação de pessoas. Além de proporcionarem imagens mais definidas a um custo menor, as tecnologias criadas por Alex Affonso, doutor pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), são capazes de identificar possíveis suspeitos mesmo que eles estejam mais velhos, em poses e locais variados, utilizando disfarces, acessórios, como óculos de sol, e até mesmo em movimento.
Segundo o pesquisador, os métodos podem ser aplicados em diversos ambientes, que vão desde academias e shoppings que desejam fazer o simples monitoramento de uma catraca, até aeroportos, onde a Polícia Federal realiza o controle de imigração para evitar eventuais planos terroristas. Para o especialista, o principal desafio de seu trabalho foi justamente considerar todas essas variáveis, já que em outros estudos nacionais as imagens utilizadas para análise foram registradas em estúdios, ou seja, locais em que as condições de iluminação, ângulo, posição da câmera e expressão facial são mantidas estáticas. “Esses parâmetros não representam o mundo real”, afirma.
Com o intuito de identificar pessoas em diferentes cenários e situações, o ex-aluno da USP desenvolveu em seu doutorado uma série de algoritmos – comandos passados a um computador a fim de determinar uma tarefa. O primeiro deles tem a função de “limpar” as imperfeições da imagem capturada e realçar alguns traços da face do indivíduo. Depois, entra em cena um segundo algoritmo, responsável por localizar o centro dos olhos e a ponta do nariz, características essenciais para o reconhecimento. A partir dessa identificação, outra técnica computacional extrai uma espécie de “assinatura” da pessoa, a qual permite que ela seja reconhecida.
Para testar seus algoritmos, o pesquisador analisou um grande banco de imagens da Universidade de Massachusetts, dos EUA, que conta com fotografias de milhares de indivíduos, entre eles, artistas internacionalmente conhecidos. No repositório, eles aparecem em atividades do dia a dia, com diversas expressões faciais, variedade de acessórios e em inúmeros ângulos. Apesar da difícil tarefa de identificá-los, os índices de acerto chegaram a 96,8%.
“No mercado brasileiro, não existem produtos que reconheçam pessoas em diferentes situações e sem a necessidade de supercomputadores. Grande parte da tecnologia que utilizamos no País para essa aplicação é importada”, explica Evandro Luis Linhari Rodrigues, professor aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC e orientador de Alex durante o doutorado.
Por se tratar de uma solução nacional, as técnicas desenvolvidas pelo autor do trabalho são mais baratas que as do exterior. No entanto, os valores mais elevados fora do Brasil não são as únicas preocupações dos cientistas: “Nós fornecemos para outras nações dados de nossa população, que são informações muito sensíveis. Não temos nenhum controle sobre o que pode ser feito com esses dados”, alerta Alex, que espera atrair empresas brasileiras para produzir suas tecnologias.
Intitulada “Reconhecimento facial em ambientes não controlados por meio do High-boost Weber Descriptor na região periocular”, a pesquisa foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC e gerou um importante artigo que foi publicado na Pattern Recognition Letters, revista holandesa com qualificação A1, a mais elevada no meio científico.
Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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Pesquisa quer aumentar eficiência de caminhões autônomos
Pesquisa quer aumentar eficiência de caminhões autônomos
Suponha que você trabalha como caminhoneiro e está subindo a serra para realizar uma entrega de rotina. De repente, ao reduzir a velocidade, sente o veículo pular, comum quando trocamos a marcha no momento errado. Além de ser um instante de desconforto para o motorista, esse simples deslize pode gerar um maior consumo de combustível. Se você tiver um caminhão comum, prestar mais atenção ao dirigir pode ser o bastante para evitar esse tipo de incidente, mas e se o mesmo veículo possuísse câmbio automático e fosse autônomo? Será que ele conseguiria atuar de forma precisa? Se depender de uma pesquisa em andamento da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, esse cenário de incerteza não será mais problema.
Autor do trabalho e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC, Lucas Barbosa explica que os freios e aceleradores de um caminhão sem motorista não “compreendem” a função dos câmbios automáticos, fator que dificulta o controle do veículo. Por isso que, por meio de técnicas matemáticas, o estudante está desenvolvendo um algoritmo para que os pedais do caminhão considerem a probabilidade de as marchas serem trocadas conforme sua velocidade aumenta ou diminui.
“Minha técnica ‘ensina’ aos freios e aceleradores como se comporta um câmbio automático. Com isso, além de o motorista ter uma viagem muito mais tranquila, o caminhão ainda economiza combustível, pois seu motor não será forçado de forma desnecessária”, diz o pesquisador. Até o momento, Lucas testou seu algoritmo em um caminhão autônomo real na área 2 do Campus da USP em São Carlos, percorrendo um pequeno trajeto. A expectativa é de que o estudo seja finalizado em até dois anos.
A pesquisa recebe a orientação do professor Marco Henrique Terra, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC, onde ele é docente.
Texto: Assessoria de Comunicação do InSAC
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Grupo de robôs poderá cumprir tarefas mesmo se comunicação entre eles falhar
Grupo de robôs poderá cumprir tarefas mesmo se comunicação entre eles falhar
Um incêndio de grandes proporções toma conta de uma floresta próxima a uma área urbana. Por se tratar de uma local de difícil acesso, as autoridades de resgate acionam um grupo de drones autônomos para procurar possíveis vítimas no local, mas uma situação inesperada acontece: problemas na rede de comunicação impedem que os robôs aéreos conversem entre si, fazendo com que eles não cumpram o que foi programado. Apesar de o apreensivo cenário retratado ser hipotético, ele não é impossível de ocorrer, segundo os estudiosos da área de robótica coletiva. Por isso, uma pesquisa em andamento na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP pretende contribuir para que missões como essa sejam realizadas com sucesso pelas máquinas.
O estudo é de João Roberto Benevides, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC. De acordo com o pesquisador, quando há troca de informações entre um grupo de robôs, sejam eles aéreos ou terrestres, a rede de comunicação que os alimenta é passível de falhas, podendo gerar problemas como atrasos na transmissão de dados ou até mesmo quebra de sinal.
“Muitas vezes não consideramos a comunicação como um elemento que possa nos trazer prejuízo, mas sabemos que falhas irão acontecer. No entanto, para criarmos alternativas que auxiliem os robôs a lidarem com essas situações, precisamos entender como eles se comportariam em um cenário de adversidade”, explica o estudante, que recebe orientação do professor Marco Henrique Terra, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.
No trabalho, a ideia é desenvolver técnicas de controle capazes de preparar seis quadricópteros autônomos – um tipo de veículo aéreo não tripulado – para completar tarefas mesmo em caso de problemas nos serviços de comunicação. Durante as próximas fases da pesquisa, João Roberto fará novos testes em laboratório e em áreas externas a fim de validar os métodos propostos. A expectativa é de que os resultados sirvam de alicerce para que drones realizem missões nos mais diversos campos, como agricultura de precisão, entregas remotas, segurança, entre outros. Além do InSAC, o trabalho recebe o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Confira no vídeo abaixo uma demonstração dos testes que estão sendo realizados na USP.
Texto – Assessoria de Comunicação do InSAC
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Exposição retrata cotidiano de trabalhadores rurais do interior de SP
Exposição retrata cotidiano de trabalhadores rurais do interior de SP
A exposição fotográfica “Rurais”, de Antonio Mozeto, estará em exibição até o dia 10 de junho no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. O objetivo da mostra é representar o cotidiano de trabalhadores rurais de cidades do interior do Estado de São Paulo. São cerca de 30 imagens que podem ser apreciadas gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
“Esse projeto é um tributo aos inúmeros e incansáveis trabalhadores rurais que se dedicam arduamente ao trabalho diário de produzir os alimentos que chegam às nossas mesas”, explica Antonio. Segundo o autor da exposição, suas fotografias representam a forma alegre e poética como esses profissionais do campo desempenham suas funções, consideradas cruéis e sofridas por parcela da sociedade.
Aberta ao público, a exposição promoverá uma roda de conversa com o fotógrafo durante sua abertura oficial, agendada para a próxima quinta-feira (9), a partir das 19h30, no Museu da Engenharia Elétrica, local onde as imagens serão exibidas. O SEL está localizado na Área 1 do campus da USP em São Carlos, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400.
A mostra é realizada no âmbito do Projeto Arte no Caminho, idealizado pelo SEL, com apoio do Centro Cultural da Prefeitura do Campus USP de São Carlos (PUSP-SC), da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) da EESC e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus São Carlos da USP (GCACEx).
Este evento está no Entreartes, aplicativo gratuito criado pela USP que fornece informações sobre as atividades culturais oferecidas pela Universidade por meio de um QR Code e permite que os usuários acumulem pontos, trocando por brindes ou horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).
Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP
Com informações de Centro Cultural da USP
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Palestra aborda os desafios do uso de drones no interior de florestas
Palestra aborda os desafios do uso de drones no interior de florestas
Apesar de já estarem presentes em diversos segmentos da sociedade, os drones autônomos ainda possuem algumas aplicações inexploradas, como sua contribuição no combate a incêndios ou então em buscas por sobreviventes de desastres aéreos no interior de florestas, que são locais de difícil acesso. O elevado número de árvores e a frequente instabilidade do sinal de GPS nesse tipo de ambiente são fatores que dificultam a atuação dos veículos aéreos não tripulados, obrigando os cientistas a prepará-los para “driblar” esses obstáculos.
Para debater sobre os desafios dessa tarefa e possíveis soluções para o problema, o pesquisador Guilherme Pereira, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), ministrará, no dia 9 de maio, uma palestra no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. Aberto a todos os interessados, o bate-papo é gratuito e ocorrerá no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL, a partir das 13h50.
Sobre o palestrante: Guilherme Pereira é doutor em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde atualmente é professor associado do Departamento de Engenharia Elétrica da Instituição. Ele também trabalha como professor associado no Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da West Virginia University (WVU), nos EUA. Ainda na UFMG, o docente foi um dos fundadores do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Veículos Autônomos (PDVA) e coordenou o Laboratório de Sistemas de Computação e Robótica. Suas pesquisas são focadas no planejamento de movimento e localização de robôs móveis individuais ou em grupo.
Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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Alunos da USP criam software que prevê risco de doenças crônicas
Alunos da USP criam software que prevê risco de doenças crônicas
Novo sistema conquistou o primeiro lugar na HackBrazil, competição realizada no MIT que premia ideias brasileiras inovadoras
As doenças crônicas representam 70% de todos os óbitos registrados anualmente no planeta e são responsáveis pela morte de cerca de 41 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar do alto índice de letalidade, muitos casos poderiam ter sido evitados se as vítimas tivessem recebido um diagnóstico precoce de seu problema. Por isso, dois alunos da USP, em parceria com um administrador, decidiram criar um software inteligente que calcula o risco de uma pessoa ser afetada por doenças crônicas no futuro.
A nova tecnologia, chamada “Blue”, integra e analisa um grande banco de dados hospitalares e laboratoriais, considerando desde consultas e exames realizados, até pontos mais específicos, como nível de glicose, hábitos alimentares, frequência de atividade física e o histórico de saúde na família. As informações são extraídas do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e do censo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. A partir dessa avaliação, feita apenas com o fornecimento do CPF do paciente, o programa de computador usa técnicas de inteligência artificial e aprendizado de máquina para estimar as chances de o usuário ser acometido por determinada enfermidade.
“A nossa missão é prever doenças crônicas antes que elas cheguem a estados irreversíveis”, explica Igor Marinelli, um dos criadores do software e aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). Por enquanto, o sistema consegue prever os riscos de uma pessoa ser diagnosticada com diabetes e doenças cardiovasculares, mas, de acordo com o estudante, o objetivo é aperfeiçoar o software para a previsão de outras patologias: “A ideia é acrescentar estimativas para o mal de Alzheimer, hipertensão, doenças respiratórias, câncer e problemas metabólicos, como a obesidade”.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013 pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 57 milhões de brasileiros em idade adulta possuem pelo menos uma doença crônica. Outro estudo, dessa vez divulgado em 2018 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que cerca de 40% dos idosos do País são afetados por alguma doença do gênero. As principais causas desse tipo de patologia são o consumo excessivo de álcool, tabagismo, falta de atividade física e alimentação inadequada.
Da motivação ao sucesso – A ideia de criar o novo sistema levou ao surgimento da startup Blue, inspirada na história de Pedro Freire, formado em administração pelo Insper e também criador da empresa. Seus avós tiveram câncer enquanto ele era adolescente, fato que o sensibilizou a pesquisar mais sobre como evitar o sofrimento que a doença havia causado a sua família.
Após árduo trabalho de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, os resultados de sucesso começaram a aparecer. A Blue venceu, no início do mês, a HackBrazil, competição que premia ideias brasileiras inovadoras em disputa realizada na Universidade Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos dos EUA. Os jovens tiveram apenas três minutos para apresentar a startup a uma banca de jurados composta por grandes nomes do empresariado, como Cristina Junqueira, fundadora da Nubank; Mike Krieger, cofundador do Instagram; André Street, fundador da Stone; e Renato Freitas, criador da Yellow. “Acredito que o fato de termos mostrado nosso produto e o grande esforço que fizemos até aqui refletiu na vitória”, diz Rafael Rejtman, cofundador da empresa e aluno do curso de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica (EP) da USP. Atualmente o estudante faz companhia a Igor em um intercâmbio na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
A HackBrazil foi uma das atrações da Brazil Conference at Harvard & MIT, ocorrida entre os dias 5 e 7 de abril, em Boston. A conferência é realizada pela comunidade brasileira de estudantes da cidade com o intuito de promover o encontro de grandes personalidades do País, como políticos, famosos e empresários. Por conquistarem a competição, os criadores da Blue receberam R$ 75 mil para investir no crescimento da empresa, e os recursos já têm destino previsto: aumentar as fontes de dados utilizadas pelo software, aprimorar os dispositivos de análise e previsão e potencializar o número de dados genéticos disponíveis.
Foco de mercado da startup, as empresas de planos de saúde poderão se beneficiar do novo serviço, já que reduziriam seus gastos com tratamentos de doentes crônicos no Brasil, que chega hoje a R$ 15 bilhões por ano, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). A intenção dos pesquisadores é cobrar mensalidades das companhias de saúde pelo uso do software, e a estimativa é faturar até R$ 1 milhão em 12 meses. Com apenas um semestre de trabalho, a Blue já possui dois clientes, um deles a Votorantim, multinacional brasileira do ramo de controle familiar.
Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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Sistema inédito pode ajudar empresas a avaliar desempenho de plantações a distância
Sistema inédito pode ajudar empresas a avaliar desempenho de plantações a distância
Desenvolvido em maratona da USP São Carlos, protótipo analisa desenvolvimento de vegetais simulando condições do meio ambiente
Imagine que você é um empresário do ramo agrícola que comprou terras aráveis em diferentes locais do Brasil para avaliar como a sua nova plantação irá se desenvolver. Devido ao alto investimento feito nas propriedades e na manutenção de mão de obra, surge a pergunta: será possível obter os resultados dessa atividade de modo mais barato e eficiente? A resposta não é tão simples, tendo em vista o grande número de variáveis agroclimáticas existentes, como temperatura, condições de solo, umidade e iluminação, que devem ser medidas em regiões distintas. No entanto, esse cenário poderá ser otimizado se depender de um sistema inédito criado na maratona tecnológica SancaThon, realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, entre os dias 5 e 7 de abril.
A solução desenvolvida propõe simular, de forma virtual, diferentes cenários do meio ambiente para analisar o desempenho de vegetais em determinado local. Utilizando técnicas de visão computacional, a tecnologia avalia o desenvolvimento fenotípico das plantas a partir de dados informados pelo usuário, como a cultura a ser produzida e as características do local onde ele pretende plantá-la. “O grande diferencial é que nosso cliente poderá simular condições de campo de forma remota” explica Júlia Silva Morosini, engenheira agrônoma formada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.
Composto por hardware e softwares, o novo sistema será programado para fazer as simulações na nuvem e a ideia dos desenvolvedores é acrescentar sensores ao protótipo para que ele analise as métricas necessárias. Júlia afirma que ainda não existem soluções com essa proposta e, de acordo com seu companheiro de empreendimento, Fernando Garcia Espolador, também formado em Engenharia Agronômica pela Esalq, a solução pode ser aplicada a qualquer tipo de plantação, mas o foco inicial será nas hortícolas e anuais, como trigo, milho, soja e algodão. Ainda em fase de prototipagem, o equipamento não possui previsão para ser lançado e aguarda investimentos para dar continuidade a sua produção.
Além de Julia e Fernando, são responsáveis pela criação da nova tecnologia Carlos Henrique Cunha e Iago Elias Barbosa, ambos estudantes de Engenharia de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Todos eles compõem o “bitHarvest”, grupo que conquistou o primeiro lugar na SancaThon. Os vencedores receberam como prêmio R$ 1 mil, um kit de hardware da Toradex, um tour na empresa Oracle em São Paulo, US$ 5 mil em créditos na Oracle Cloud, convites para o Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (SIAGRO) 2019, evento promovido pela Embrapa, e a pré-incubação no Espaço EngComp – ambiente maker sediado na USP – com orientação do Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin).
Desafio Agro – A SancaThon 2019 teve como tema “Future Farms” (Fazendas do Futuro) e recebeu cerca de 70 participantes, vindos de diversas universidades e instituições, que tiveram 32 horas para desenvolver tecnologias voltadas à Agricultura 4.0. “O Brasil é um país com imenso potencial agrícola, mas que ainda apresenta muitos problemas nesse universo. A possibilidade de gerar, através do evento, uma massa crítica apta a pensar em soluções para o ramo é fantástica”, afirma Débora Milori, pesquisadora da Embrapa Instrumentação e uma das juradas da iniciativa.
Para o professor Daniel Magalhães, diretor do EESCin, a experiência obtida pelos participantes da SancaThon vai além das 32 horas de competição: “Quando eles estiverem no mercado, será natural encontrarem esse tipo de maratona nas grandes empresas de tecnologia, pois é comum que elas recebam demandas de última hora e tenham que apresentar um protótipo em um curto espaço de tempo”, afirma o docente, que foi um dos mentores da competição realizada na Biblioteca da EESC “Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes”.
Quem concorda com Daniel é o aluno de Engenharia de Computação da EESC, João Marco Barros. Segundo o estudante, a USP fomenta, por meio de iniciativas como a SancaThon, a inovação entre os jovens graduandos, além de aproximá-los das instituições privadas. “É muito bom ter uma visão empreendedora do problema e trabalhar com ferramentas que poderão fazer parte do nosso dia a dia no futuro”, explica o aluno que na maratona representou a Comissão Organizadora Discente do Desafio, constituída pelo Núcleo de Empreendedorismo da USP São Carlos (NEU-SC) e pelas Semanas de Integração da Engenharia Elétrica (SIEEL) e da Engenharia de Computação (SenC).
Realizada pelo segundo ano consecutivo, a SancaThon passou por algumas mudanças com relação às regras do ano passado. Em 2018, os kits de hardware distribuídos aos participantes para que eles desenvolvessem seus protótipos eram todos idênticos, já em 2019, os competidores puderam personalizar suas placas eletrônicas de acordo com a sua necessidade ou demanda. Para isso, eles receberam da Toradex diversas opções de sensores, displays e componentes, além de terem acesso à Oracle Cloud para gestão dos dados.
Mais uma vez, diversos trabalhos foram destaque no evento, como o do grupo “Caipirabot”, que ficou com o segundo lugar na competição ao propor um sistema inteligente para pesagem de aves de forma prática, simples e automática. Na equipe idealizadora do projeto estavam Jadson Monteiro Oliveira e Leonardo Pereira Moraes, ambos alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), Leonardo Hiraiwa da EESC, Maria Octávia de Carvalho do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e Thales Carvalho Manarin, estudante da UFSCar. O grupo foi premiado com R$ 500,00, convites para a SIAGRO, viagem para a Oracle em São Paulo, US$ 5.000 dólares em créditos na Oracle Cloud, um kit de hardware Toradex e a pré-Incubação no Espaço EngComp com orientação EESCIn.
Na terceira colocação ficou o projeto “SoyPrev”, no qual foi desenvolvida uma solução para monitorar a presença de esporos em plantações de soja, a fim de auxiliar o produtor na tomada de decisão. Entre os objetivos da tecnologia, está reduzir o desperdício de água e evitar a aplicação desnecessária de fungicidas. O grupo que criou essa tecnologia foi composto por Ranielle Lucio Trindade, Paulo Victor Vieira da Silva, Hélio Hugo Faganelli Martins, Pedro Calori Badini e André Cardoso Truchlaeff, todos estudantes da EESC. Eles ganharam convites para a SIAGRO, um kit de hardware Toradex e a Pré-Incubação no Espaço EngComp.
A edição desse ano da SancaThon contou com 14 grupos participantes, número maior do que o registrado em 2018, quando os desafiados foram divididos em nove equipes. Todos os competidores tiveram três minutos para apresentar seus trabalhos e outros cinco para responder a perguntas dos jurados. Além de Débora Milori, fizeram parte da banca avaliadora: Alessandra Silva, líder de Infraestrutura da América Latina da Cargill; Alexandre Nakahara, diretor de soluções e analise em ciência de dados da América latina da Oracle; Danilo Augusto Bomfim, gerente de marketing e vendas da mineração Jundu; Guilherme Fernandes, diretor da Toradex Brasil; Guilherme Panes, supervisor em tecnologia e inovação emergente da Jacto; Marco Righetti, diretor de tecnologia e inovação da américa latina da Oracle; Moacyr Luis Milanez, diretor da Agricorte representado a CIESP São Carlos e Thalita Braga, CEO da Gaia GreenTech.
A SancaThon é realizada em conjunto pela EESC, Espaço EngComp (parceria entre EESC e ICMC), NEU-SC, SEnC e SIEEL. A iniciativa contou ainda com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, Embrapa, Toradex, Cargill, Oracle, Jacto, AgTechGarage, ABStartups, Gaia, Alura, Delivery Much, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) – Núcleo São Carlos, Semana da Engenharia Mecatrônica (Sematron) e das Secretarias Acadêmicas da Engenharia Mecânica (Sameca), Engenharia de Computação (Saecomp) e Engenharia Mecatrônica (Sadem).
Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP
Fotos: Douglas Reginaldo – Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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Estudantes avaliam professores dos cursos de Engenharia Elétrica
Estudantes avaliam professores dos cursos de Engenharia Elétrica
Didática, postura, material de apoio, processo e estrutura de avaliação e facilidade de relacionamento com os alunos. Essas foram as características analisadas por centenas de estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP sobre os 60 professores com quem tiveram aulas no último semestre. Os dez docentes mais bem avaliados foram homenageados em cerimônia realizada no dia 3 de abril, no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.
O objetivo da iniciativa é colaborar com o processo de ensino-aprendizagem e reconhecer o esforço dos professores. A Secretaria Acadêmica da Engenharia Elétrica (SA-SEL), responsável pela avaliação, enviará um feedback a todos os docentes que não apareceram na lista de homenageados, tomando como base os dados levantados no relatório. A ideia é realizar a avaliação semestralmente.
O desenvolvimento do projeto contou com a contribuição de quatro professores do SEL: Emiliano Martins, João Navarro Junior, José Carlos de Melo e Leonardo Ambrósio. Confira, abaixo, a lista em ordem alfabética dos dez docentes mais bem avaliados pelos estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica da EESC no segundo semestre de 2018:
– Alessandra Lorenzetti de Castro (SET-EESC)
– Ana Claudia Nabarro (ICMC-USP)
– Ana Paula Peron (ICMC-USP)
– Eduardo Nobuhiro Asada (SEL)
– José Carlos de Melo Vieira Júnior (SEL)
– Luís Fernando da Costa Alberto (SEL)
– Mário Oleskovicz (SEL)
– Miriam Garcia Manoel (ICMC-USP)
– Reynaldo Daniel Pinto (IFSC-USP)
– Sérgio Ricardo Muniz (IFSC-USP)
Texto: Assessoria de Comunicação do SEL-USP
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Secretaria Acadêmica da Engenharia Elétrica (SA-SEL)
E-mail da Presidência da SA-SEL: henriquemegid@gmail.com
SEL elege nova chefia
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação elege nova chefia
O professor Marco Henrique Terra foi eleito o novo chefe do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. O vice-chefe será o professor Rodrigo Andrade Ramos. A eleição ocorreu no último dia 29 e o mandato é de dois anos.
Terra possui graduação em Engenharia Elétrica pela UNESP, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica pela USP e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O docente é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Tem revisado artigos para mais de trinta revistas científicas e para o Mathematical Reviews Database, da Sociedade Americana de Matemática. Terra tem experiência na área de controle de sistemas, atuando principalmente nos seguintes temas: controle robusto, filtragem robusta e robótica.
Já Ramos possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica pela USP. Atuou como professor visitante na University of New South Wales, da Austrália, e na University of Waterloo, no Canadá. Desde 2014 é editor associado do periódico IEEE Transactions on Sustainable Energy e membro do Comitê Administrativo do Power System Dynamic Performance Committee da IEEE Power & Energy Society (PES). Tem experiência na área Sistemas Elétricos de Potência e seus principais temas de pesquisa são: análise de segurança dinâmica; análise e controle de estabilidade angular e de tensão; projeto de controladores de amortecimento para sistemas de potência; projeto de power system stabilizers; geração distribuída e operação sob condições trifásicas desbalanceadas.
Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC
Telefone: (16) 3373-8276
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br
EESC contrata professor temporário para o SEL
EESC contrata professor temporário para o SEL
A Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP recebe, até o dia 18 de abril, as inscrições no processo seletivo para contratação de um docente temporário para o Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL), conforme o Edital 13/2019.
O professor escolhido, que terá jornada de 12 horas semanais, deverá ministrar as seguintes disciplinas: Eletricidade e Magnetismo; Circuitos Eletrônicos I; Circuitos Eletrônicos II; Circuitos Eletrônicos III; Fundamentos de Controle e Tecnologia Digital. Os salários são de R$ 1.877,41 caso o contratado possua o título de doutor e R$ 1.342,25 caso o selecionado possua o título de mestre, além de auxílio alimentação no valor de R$ 830,00 e assistência médica.
A contratação será por prazo determinado e vigorará a partir da data do exercício até 31 de dezembro de 2019, com possibilidade de prorrogações, desde que a soma dos períodos não ultrapasse o prazo de dois anos.
As inscrições devem ser realizadas exclusivamente via internet até às 17 horas do dia 18 de abril (horário oficial de Brasília-DF) por meio deste link: https://uspdigital.usp.br/gr/admissao. Para obter mais detalhes sobre prazos, etapas, provas e documentações, visite a página do concurso.
Texto: Assessoria de Comunicação do SEL/USP
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